Apesar de todos os apelos da presidente Dilma Rousseff, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para suceder Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Trabuco alegou razões pessoais e profissionais para declinar do convite. Ele quer continuar à frente do segundo maior banco privado do país. Trabuco vai se aposentar nos próximos anos e deve assumir a presidência do Conselho de Administração do Bradesco, hoje ocupada por Lázaro de Mello Brandão.
Foi com Brandão, por sinal, que Dilma deu início às negociações para trazer Trabuco para a Fazenda. O banqueiro disse que não se oporia caso o subordinado aceitasse o convite. A conversa entre Brandão e Dilma ocorreu na terça-feira, em Brasília. Hoje, foi a vez de a presidente conversar com Trabuco, que explicou os motivos para permanecer onde está.
Não está fácil para Dilma nomear o sucessor de Mantega, já que há um temor de que o futuro ministro da Fazenda não tenha a autonomia para adotar as medidas necessárias para tirar a economia do atoleiro. O próximo ministro terá de fazer um ajuste fiscal consistente para ajudar o Banco Central a levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016.
Segundo fontes do Planalto, ainda estão no páreo para a Fazenda o presidente do BC, Alexandre Tombini, que quer permanecer no cargo; Nelson Barbosa, ex-secretário executivo da Fazenda; e Joaquim Levy, ex-secretário do Tesouro Nacional durante o primeiro mandato de Lula e atual diretor da Bradesco Asset. A expectativa é de que Dilma anuncie toda a equipe econômica até o fim de semana. A ansiedade nos mercados financeiros é grande para saber qual será a política econômica a ser adotada pela petista no seu segundo mandato.