São Paulo, 27 - A citação de Joaquim Levy, indicado para o Ministério da Fazenda, sobre a importância do mercado de capitais no trabalho de ampliar e canalizar a poupança doméstica e externa do Brasil e sua experiência no setor financeiro sinalizam o reforço na agenda com o governo, na opinião do presidente da gestora de recursos do Banco do Brasil (BB DTVM), Carlos Massaru. "Devemos ter uma agenda reforçada pela posição que Levy ocupava anteriormente e ainda sua experiência como secretário do Tesouro e da Fazenda do Rio de Janeiro. Ele vai levar um entendimento do mercado de capitais", avalia ele, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
De acordo com Massaru, há vários temas que envolvem o mercado de capitais e que é importante que sejam trabalhados durante o próximo mandato da presidente Dilma Rousseff. Como exemplo, a necessidade da adição de uma dinâmica diferente para o setor e o desenvolvimento da negociação secundária de títulos, dentre outros. Porém, na opinião dele, é mais relevante a construção de uma agenda de trabalho entre o mercado de capitais e o governo.
Infraestrutura
O presidente da BB DTVM lembrou ainda que, passada a fase do consumo muito atrelada ao crédito bancário, a segunda tem foco em um empurrão mais forte da agenda de infraestrutura. "Para tocá-la, precisa da inserção do mercado de capitais. Isso está bastante claro na cabeça do Levy", destaca Massaru.
Em seu primeiro pronunciamento, o futuro ministro da Fazenda destacou, ainda que no final do seu discurso, o papel cada vez mais importante que o mercado de capitais terá para o desenvolvimento do setor de infraestrutura no Brasil. Levy, que antes comandava a gestora de recursos do Bradesco, no contato com investidores e emissores, disse ainda que o setor complementa a ação do sistema bancário no Brasil.
"Nesse trabalho de ampliar e canalizar a poupança doméstica e externa, inclusive para a infraestrutura, o mercado de capitais terá um papel cada vez mais importante, complementando a ação do sistema bancário na alocação eficiente de recursos, de acordo com sua própria avaliação dos riscos e retorno de cada oportunidade de investimento, permitindo novas maneiras do País e das famílias construírem e se prepararem para um futuro melhor", destacou Levy, em discurso, nesta tarde.