Consumidores brasileiros pretendem gastar menos no Natal deste ano quando comparado a anos anteriores, segundo o levantamento "Perspectivas e Compras para Natal e Final de Ano 2014", da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). A maior moderação na gastança de fim de ano é a intenção de 77% dos entrevistados. A taxa é alta, porém menor do que a registrada no mesmo levantamento de 2013.
A intenção de gastar menos neste Natal em relação ao do ano passado, em que a intenção já era moderar nas compras, pode ser resultado de um maior pessimismo dos consumidores sobre a atual situação econômica do Brasil. O levantamento captou que a percepção negativa aumentou de 39% para 64% dos entrevistados. A opinião é majoritária na classe A (85%), segundo a classificação da Boa Vista, mas também prevalece nas outras classes.
Segundo a pesquisa, 50% dos consumidores acreditam que a economia estará pior em 2015, em comparação a 2014. Em 2013, esse porcentual era de 34%. O índice também prevalece em todas as classes sociais, principalmente nas classes A (73%) e B (60%), e nas regiões Sudeste (54%) e Sul (51%).
Paradoxalmente, a visão negativa sobre a atividade econômica atual e futura não se repete quando os consumidores avaliaram a sua própria situação. Quando questionados sobre sua vida financeira, 38% acreditam que ela está melhor hoje, se comparada ao ano anterior. Para 32%, está igual, e para 28%, piorou.
Há um otimismo em relação à vida financeira para 2015: 62% dizem que a vida financeira estará melhor no ano vindouro. A classe D é a mais otimista em relação a esse cenário, com 66% das menções. Para 20%, a vida financeira estará igual e para 11%, pior.
Dos 1.401 consumidores que responderam à pesquisa pelo site Consumidor Positivo, 71% afirmaram que planejam pagar suas compras de fim de ano à vista, em dinheiro (56%), com débito no cartão (34%), com cartão de crédito (8%) ou em uma parcela carnê ou boleto (2%). Os 29% que pretendem parcelar afirmam que vão utilizar principalmente (87%) o cartão de crédito como forma de pagamento.
O levantamento também apontou que menos consumidores devem usar o 13º salário para quitar dívidas: 43% dos entrevistados declaram que pretendem quitar dívidas pendentes ou em atraso com o dinheiro do 13º salário, índice 14 pontos percentuais menor do que o declarado em 2013 (57%). E 13% devem guardar o dinheiro para pagamento das contas de início de ano.