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Estado de Minas

Vedetes do Natal somem das prateleiras em Belo Horizonte

Produtos mais procurados para presentear no dia 25 já começam a faltar em lojas especializadas da capital. Smartphones e brinquedos são os destaques


postado em 13/12/2014 06:00 / atualizado em 13/12/2014 08:47

(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Com as duas parcelas do 13º salário no bolso, muitos consumidores, contrariando a tradição de deixar as compras de Natal para a última hora, já compraram o que queriam e outros estão voltando para casa de sacola vazia. Isso porque, para a surpresa dos lojistas, a procura está alta e já há itens em falta em algumas lojas . É o caso, por exemplo, do brinquedo Diário Monster High, que custa, em média R$ 300. Para ele já tem até lista de espera de interessados. Outro item que tem faltado nas prateleiras em Belo Horizonte é a boneca Baby Alive, vendida por cerca de R$ 300. O iPhone 6, lançado há um mês no Brasil e que chega a custar mais de  R$ 3mil, foi tão procurado nesses últimos dias, que em alguns locais da capital não há mais aparelhos no estoque. Preocupados com as vésperas do dia 25, quando a maioria sai às compras, comerciantes dizem já ter feito pedidos extras para reabastecer suas lojas, mas temem que os produtos não cheguem a tempo.

Apesar de as previsões de entidades ligadas ao comércio não serem tão otimistas para esse período, comerciantes contam que as vendas estão superando suas expectativas, uma vez que o valor dos presentes está bem acima do esperado. Depois dos últimos dois meses terem sido de movimento fraco nas vendas, Flávia Abreu, gerente da loja Meios e Metas, conta que, após a Black Friday , no fim de novembro, o comércio recuperou seu fôlego. Por dia, ela vende seis iPhones, da Apple. “Com o iPhone 6, os outros da marca tiveram uma queda no preço. O modelo 4S, por exemplo, está custando, aqui, R$ 1.149. Mas muita gente procura pelo mais moderno, o 6 Plus, que custa R$ 3.499 mil”, revela, dizendo que, nesses dias, tem havido fila para o atendimento. “Essas vendas têm nos surpreendido bastante. Por isso, reforçamos nosso estoque e investimos na qualidade dos nossos atendentes”, destaca Flávia.

Segundo ela, nesse ritmo, depois do dia 21, véspera do Natal, é possível que a loja tenha um movimento três vezes maior. “Mas estamos preparados. Tanto que, se for necessário trabalharmos até meia noite, ficaremos”, afirma. A procura pelo iPhone 6 também está intensa na Fast Shop no BH Shopping, onde, segundo o gerente Roney Carlos, alguns modelos esgotaram. “A telefonia é um setor em alta nesse período”, comenta. Na Ponto Frio, do Shopping Cidade, os smartphones também se tornaram as vedetes deste Natal. “Vou pedir um. O preço deles não é tão ruim. Mas, o iPhone é um aparelho que não entra no meu orçamento e também não posso pedir a alguém para me dar. É caro”, observou a técnica de mecatrônica Franciele Costa, que preferiu pesquisar bem o modelo do aparelho que quer para, então, informar a quem vai lhe presentear.


Em alta 

Além dos celulares, outra febre natalina é a dos brinquedos, que começam a faltar em algumas prateleiras de lojas da cidade. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, Synésio Batista da Costa, foram entregues, este ano, para todo o Brasil 120 milhões de brinquedos para o Natal, 15% a mais do que em 2013. A expectativa, segundo ele, é um faturamento de R$ 3 bilhões neste período e um crescimento de 11% do setor neste ano. “O volume é suficiente. Dará uma média de dois presentes para cada criança do Brasil”, diz. No entanto, já há consumidor frustado por não achar o que queria.

Um brinquedo que já sumiu em algumas lojas e, para qual, tem listas de espera, é o Diário Monster High, da Mattel. O eletrônico, que só funciona ao reconhecer a voz do seu dono e conta ainda com uma caneta invisível, chegou ao Brasil no ano passado e, em pouco tempo, se esgotou. Este ano, a situação foi a mesma. Na Brinkel, na Região Noroeste de BH, até esta semana havia apenas três diários à venda. “Chegaram 20, sendo que 12 foram vendidos no mesmo dia. Já fizemos outros pedidos e ainda não vieram”, conta a gerente Vera Lúcia Pereira. Na Estripulia, no Shopping Cidade, o gerente Márcio Resende Carmo conta que a procura é tão grande que fizeram uma lista de espera para os clientes interessados. Já são 40 aguardando a chegada do brinquedo. “Entramos em contato com a Mattel, que nos informou que não vai repor o brinquedo para este Natal”, avisa Márcio.

Por meio de nota, a Mattel informou que faz um planejamento detalhado para a distribuição de seus produtos nos mais de 25 mil pontos de venda do Brasil. “Entretanto, em determinadas épocas a procura por brinquedos aumenta e alguns pontos de venda relatam diminuição de estoque. Estamos trabalhando para que o produto esteja disponível o mais breve possível”, diz o texto. Em 2013, o brinquedo era o pedido de Júlia Nogueira, de 7 anos, ao Papai Noel. Com tamanha procura, o Bom Velhinho sentiu dificuldades e não trouxe o Diário Monster High para a menina. Este ano, segundo a mãe, Cláudia Cristina Nogueira, a busca tem sido pela Baby Alive, do modelo dorminhoca. Febre nas lojas de brinquedo, os modelos mais procurados da boneca, como a “hora de comer”, já estão em falta na Bmart, no BH Shopping, e a expectativa dos vendedores é que o estoque seja reposto antes da véspera do Natal. Segundo comenta o gerente da Estripulia, Márcio Resende, a boneca negra da Baby Alive também já acabou nas suas prateleiras.

Desde o dia 1º, segundo Márcio, a Estripulia tem recuperado o movimento que não teve no Dia das Crianças. “Agora, estamos mais otimistas”, diz. Tanto foi que, em três semanas acabaram as 50 bonecas Elza e Anna, do filme Frozen, cada uma vendida a R$ 109, 99. “Fizemos mais pedidos e estamos esperando mais caixas chegarem. A Baby Alive ainda tem, mas pode acabar”, avisa. Já para os famosos brinquedos Pepa e a Galinha Pintadinha, ele conta que tem estoque suficiente pois sabe da alta procura.

Para Synésio Batista, não vão faltar brinquedos neste Natal. Ele diz que mesmo com essa procura, caso os estoques sejam repostos, o preço não aumenta. “É normal, às vezes, não haver determinado item em uma loja. Pode ser que o lojista não pediu uma quantidade certa. Mas isso não faz aumentar o valor do produto. O preço dos brinquedos tem morte súbita de 90 dias. Geralmente, são lançados com determinado custo e, três meses depois, perdem 30% do que valiam”, avisa.

Sucessos da internet

No mundo virtual, a procura também é grande pelos presentes de Natal. Segundo estimativa da E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, os smartphones e roupas e acessórios são, este ano, as vedetes do e-commerce (veja quadro). De acordo com a empresa, as compras de bens de consumo em sites brasileiros devem atingir faturamento de R$ 5,2 bilhões este ano. O valor representa um crescimento nominal de 22%, se comparado ao mesmo período de 2013, quando o faturamento chegou a R$ 4,3 bilhões. “Ainda não recebemos reclamação de consumidores sobre falta de produto. O que tem ocorrido é que, com uma demanda alta, o prazo de entrega das mercadorias está maior. Algumas lojas estão pedindo nove dias úteis para a entrega, ou seja, não dá tempo de chegar para o Natal”, avisa o Pedro Guasti, diretor-executivo da E-bit.

Ele aconselha aos consumidores a pesquisar nos sites os prazos para não se frustarem com a chegada tardia das encomendas. “Principalmente aqueles que não moram nos grandes centros urbanos devem ficar atentos, pois o presente não deve chegar até o dia 25”, afirma. A previsão da E-bit é que neste Natal sejam feitos aproximadamente 14,5 milhões de pedidos com tíquete médio próximo de R$ 360. “Apesar do momento de baixa confiança na economia, o e-commerce sempre cresce mais que outros setores, pois oferece maior facilidade de comparação de preços, mais informações e vantagens comerciais aos consumidores”, comenta Pedro. 


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