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Estado de Minas

Comércio vende 1% a mais em outubro, segundo dados do IBGE

Negócios no país aumentam na comparação com setembro. Mas resultado de 2014 deve ser o pior dos últimos 11 anos


postado em 13/12/2014 06:00 / atualizado em 13/12/2014 07:40

Brasília – Na contramão da maioria dos setores da economia, as vendas no varejo avançaram 1% em outubro na comparação com setembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Puxado pela desaceleração da inflação no setor, de 0,3%, o desempenho é quase o dobro do que o mercado esperava para o mês. No mesmo período, a receita nominal cresceu 1,3%. A guinada, contudo, não indica, ainda, uma tendência de melhora e a expectativa, segundo os especialistas, é de que os números de 2014 sejam os piores desde 2003. Para o ano que vem, a subida do dólar e as altas taxas de juros – estratégia do governo para conter a carestia – prometem ameaçar o resultado novamente.

Na comparação com outubro do ano passado, as vendas cresceram 1,8%, o pior comportamento em 11 anos. Com isso, o indicador acumulado em 2014 apresentou alta de 2,5%. Em 12 meses, o avanço foi de 3,1%. “Se houvesse uma trajetória de recuperação, o resultado para o mês, na comparação anual, teria que ter sido bem maior. Este ano não tem como melhorar. Esperamos o pior resultado desde 2003, 3,2%”, analisou o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes. A receita nominal do varejo acumula crescimento de 8,9%, no ano, e de 9,4%, nos últimos 12 meses.


No varejo ampliado, que inclui os setores automotivo e de construção, o crescimento das vendas e da receita no mês foi de 1,7% e 2,3%, respectivamente. Quando relacionado ao ano passado, contudo, o resultado para as vendas em outubro caiu 2,6%. Em 2014, a perda acumulada é de 1,5%. A receita nominal, por sua vez, já cresceu 3% no ano.

Nove das 10 atividades medidas pelo IBGE apresentaram desempenho positivo em outubro. A exceção foi para as vendas de livros, papelaria, jornais e revistas, que tiveram recuo de 0,9%. As principais altas do mês foram observadas nos negócios com equipamentos de informática e comunicação (3,5%) e de veículos e motos (4,3%). O aumento no setor automotivo, contudo, não é suficiente para animar os lojistas diante do cenário de crise. Neste ano, as vendas já caíram 9,4% nessa atividade.

Em Minas Gerais, as vendas aumentaram 3,2% em outubro. No ano e em 12 meses, o crescimento acumulado foi o mesmo, de 2,6%. No Distrito Federal, as vendas tiveram o segundo pior resultado na comparação anual, atrás apenas de Santa Catarina. A queda foi de 1,5%. Parte da queda está explicada pelo comportamento da inflação, que em Brasília e região foi maior do que na média nacional para o mês: 6,4% ante os 6% gerais.

Projeção para o futuro

O desempenho geral do setor levou a CNC a revisar também a previsão para 2015, que caiu de 3,8% para 3,6%. “É um pouco melhor do que 2014 porque espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça no ano que vem. Aí o consumo das famílias anda para frente”, disse Bentes. O cenário de arrocho fiscal para o novo ano, contudo, impede que as expectativas sejam mais otimistas. “Inflação vai estar alta, embora em trajetória decrescente, e, por isso, os juros devem continuar muito altos. Essa situação afeta diretamente a venda de bens duráveis. Isso se o dólar não botar ainda mais lenha na fogueira”, completou.


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