Os alimentos e os preços administrados figuram como os grandes vilões da inflação ao consumidor em dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou a 0,66% no âmbito da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deste mês, após aumento de 0,43% em novembro.
Ao todo, seis das oito classes de despesa que fazem parte do índice varejista ganharam força no período, mas a maior pressão veio da gasolina. Desde 7 de novembro, o item ficou 3% mais caro nas refinarias, com consequentes repasses ao consumidor nas bombas dos postos de combustíveis. Com isso, a gasolina subiu 2,06%, e o grupo Transportes acelerou de 0,31% para 0,76% na segunda prévia de dezembro.
Outro item administrado que pressionou o índice foi a tarifa de eletricidade residencial. Após avançar 1,13% na segunda prévia de novembro, ela subiu 2,54% neste mês. Com isso, o grupo Habitação também ganhou força, passando de 0,53% para 0,67%.
Na Alimentação (0,40% para 0,64%), o impulso veio das carnes bovinas, que ficaram 4,03% mais caras neste mês. A magnitude do aumento impediu que as famílias sentissem no bolso o alívio trazido pelo pão francês (-0,81%) e pelo leite longa-vida (-4,98%).
Com a proximidade do fim de ano, as passagens aéreas também contribuíram para o aumento da inflação. O item subiu 27,33%, levando o grupo Educação, Leitura e Recreação a uma alta de 1,19%, mais do que o dobro da taxa de 0,41% registrada na segunda prévia de novembro.
Os dois demais grupos que avançaram neste mês foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,45% para 0,52%) e Comunicação (0,31% para 0,44%). As maiores contribuições para estes movimentos partiram dos itens salão de beleza (0,56% para 1,33%) e tarifa de telefone móvel (0,27% para 1,06%), respectivamente.
No sentido contrário, desaceleraram os grupos Vestuário (0,73% para 0,42%), com uma alta menos intensa em calçados (1,42% para 0,50%), e Despesas Diversas (0,24% para 0,15%), diante da menor pressão dos preços referentes a clínica veterinária (1,05% para 0,50%).
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) dobrou o ritmo de alta na segunda prévia do IGP-M de dezembro. A taxa foi positiva em 0,28%, após avanço de 0,14% em igual índice de novembro. A totalidade dessa aceleração veio do custo da mão de obra (0,00% para 0,28%), já que o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou leve desaceleração, de 0,30% para 0,29%.