Brasília – A geração de empregos formais em novembro atingiu o menor patamar para o mês desde 2008. Foram abertas apenas 8.381 vagas, uma queda de 82,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a novembro, foram criados 708.222 postos. Como em dezembro o saldo entre contratações e demissões costuma ser negativo, o governo revisou a estimativa de contrações totais para menos de 1 milhão.
Entre os setores da economia, a indústria de transformação dispensou 43,7 mil trabalhadores, a construção civil outros 48,8 mil, e a agricultura mais 32,1 mil. Em Minas Gerais, o saldo final entre contrações e demissões ficou negativo em 5.560 vagas. No ano, até o mês passado, o saldo em Minas é positivo, com 80.095 postos de trabalho. O estado com maior número de demissões é São Paulo (18.319), seguido por Goiás (6.528), Mato Grosso (6.201) e Pernambuco (6.154).
Para o economista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti, o resultado para o mês de novembro foi uma surpresa positiva, porque ele previa fechamento de 15 mil postos de trabalho. Entretanto, ele ressaltou que não há o que comemorar, porque os números mostram no curto prazo a possibilidade de o país continuar a gerar poucas vagas. “O baixo crescimento da economia tende a prejudicar o mercado de trabalho nos próximos meses e esperamos um aumento da desocupação”, comentou.
Na opinião do professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Ramos, o ajuste fiscal do próximo ano e o aumento das taxas de juros para conter a inflação reduzirão a demanda por serviços. Como esse setor é o mais intensivo em mão de obra, ele avalia que trabalhadores serão dispensados. “O dólar em alta será favorável à indústria e ao campo. Isso fará com que a taxa de desemprego suba, mas sem nenhuma catástrofe, porque a oferta de mão de obra no país é escassa”, disse.
Desemprego tem aumento A taxa de desemprego avançou em apenas uma das cinco capitais onde está sendo realizada a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), calculada pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), na passagem de outubro para novembro. Em relação a ao mesmo mês do ano passado, contudo, a taxa aumentou em todas as cinco cidades. De outubro para novembro deste ano, a taxa de desemprego aumentou apenas no Recife, ao passar de 12,1% para 12,4%. Em todas as outras quatro cidades, a taxa recuou no período. Em Fortaleza, ela caiu de 7,8% para 7,6%; em Porto Alegre, de 6,5% para 6,3%; em Salvador, de 17,3% para 17% e, em São Paulo, de 10,1% para 9,8%. Em Belo Horizonte, a pesquisa está suspensa
Em relação a novembro de 2013, a taxa de desemprego subiu em todas as cinco capitais. Na capital cearense, de 7% para 7,6%; enquanto em Porto Alegre, ela passou de 6,2% para 6,3% e, no Recife, de 12,3% para 12,4%. Na capital baiana, por sua vez, a taxa passou de 16,9% para 17%, enquanto, em São Paulo, ela avançou de 9,4% para 9,8%.