Os aeronautas - empregados que trabalham nas aeronaves - fazem assembleia nesta segunda-feira no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para apreciar as contra propostas da convenção coletiva de trabalho. A reunião foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Na ocasião, a categoria avaliará os rumos da campanha salarial.
Aeroviários e aeronautas reivindicam um reajuste de 11% na campanha salarial que se iniciou em outubro deste ano. Em reuniões anteriores, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), apresentou proposta de reajuste pelo INPC, de cerca de 6,3%, sem aumento real. A assembleia está prevista para hoje, às 13h30, na área de Vista Panorâmica do Aeroporto da Pampulha.
Um grupo de aproximadamente 300 manifestantes fechou, por volta das 7h, todas as vias que dão acesso ao Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek nesta manhã de segunda-feira. O protesto é feito por funcionários de várias companhias aéreas, coordenado pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Eles reivindicam melhores condições de trabalho e valorização da carreira, de acordo com o sindicato que representa a categoria.
Além da pista principal, eles também fecharam as vias marginais, que dão acesso ao terminal 2. Por mais de uma hora e meia, o trânsito ficou totalmente parado. Só às 8h30, as vias foram liberadas para o tráfego, após negociação com a Polícia Militar. Muitos motoristas subiram no canteiro central e usaram a contramão para seguir. Dezenas de passageiros desesperados chegaram a sair dos veículos e correr pela via com as malas nas mãos, para não perder o horário de embarque.
A professora Cleo Medeiros, 57 anos, foi uma delas. Depois de enfrentar uma hora de engarrafamento de Taguatinga até o aeroporto, ela resolveu descer do carro do filho, que a levava, e completar o percurso a pé, com várias malas nos braços, mesmo sem ter certeza se iria chegar a tempo, já que o voo para Florianópolis (SC) sairia às 8h55. “É sair correndo ou vou perder meu voo”, disse.
Os trabalhadores seguiram em marcha até o check-in do aeroporto e ocuparam parte do saguão. Eles gritam palavras de ordem e exibem cartazes e faixas com pedidos de valorização da carreira. Segundo o Sindicato dos Aeroviários, a paralisação, de advertência, “é contra a intransigência da bancada patronal do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, que se recusa em avançar em uma proposta de reajuste salarial com aumento real”.
Participam do protesto militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da CUT (CNTTL) e da CUT/DF.