O volume de vendas para o Natal caiu 1,7% em âmbito nacional na comparação com igual período do ano passado, revela balanço feito pela Serasa Experian. O levantamento foi realizado do dia 18 ao dia 24 e o resultado apurado foi o pior desde o Natal de 2003. Também foi a primeira retração em 12 anos, segundo a Serasa. Em 2013, as vendas haviam subido 2,7% e, em 2012, 5,1%.
O final de semana que antecedeu o Natal, de 19 a 21 de dezembro, também mostrou queda nas vendas do comércio em 2,1% ante o mesmo período de 2013. Segundo os economistas da Serasa Experian, as quedas são justificadas pelos juros altos do crediário, inflação elevada e o baixo grau de confiança dos consumidores.
Serviço de Proteção ao Crédito
Já o indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontou uma queda de 0,7% nas vendas a prazo na semana que antecede o Natal e fizeram o comércio varejista registrar o Natal mais fraco dos últimos cinco anos. No ano passado, as vendas nessa época do ano haviam crescido 2,97%.
O resultado negativo, na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é reflexo do desaquecimento no varejo ao longo do ano, fruto de um cenário econômico com crédito mais caro, inflação alta e queda na confiança do consumidor. "A inflação pesou no bolso dos consumidores. Os juros estão mais elevados e os rendimentos dos trabalhadores já não crescem com tanto vigor como nos últimos anos, o que é fundamental para aquecer o consumo das famílias", afirmou a economista, em nota.
Para ela, a expectativa é que as promoções reaqueçam o mercado até o final de janeiro. "Com os tradicionais descontos, o comerciante tem a oportunidade de emplacar novas vendas para melhorar o fraco desempenho no Natal", avaliou.
Vendas em shoppings crescem 3%
A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) avalia que o Natal de 2014 foi o pior em vendas nos últimos oito anos. Segundo a entidade, as vendas cresceram 3% em termos reais na comparação com o Natal de 2013, enquanto a expectativa era de 4,5%.
No acumulado de 2014, as vendas também ficaram abaixo do que a entidade esperava. A Alshop estimava crescimento nominal de cerca de 10% este ano e o resultado foi de 8% de alta nominal.
Na avaliação do executivo, o próximo ano também deve ser de crescimento baixo. Em termos reais, a alta de vendas em 2014 foi de 1,5% e a expectativa da Alshop é de que este mesmo porcentual se mantenha em 2015.
Alshop afirma que hoje shoppings mais jovens estão cobrando de lojistas um porcentual fixo de 10% de seu faturamento em vez de cobrarem diferentes tarifas de aluguel e condomínio. Essa prática é vista de forma positiva por varejistas, uma vez que em momentos de vendas fracas, os custos deles também cairiam. (Com Agência Estado)