(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pleno emprego revela problema de baixa produtividade do trabalhador

Educação ruim é a razão, segundo especialistas


postado em 02/01/2015 00:12 / atualizado em 02/01/2015 07:47

Brasília – O Brasil atingiu o pleno emprego, uma situação na qual a desocupação é tão baixa que faltam profissionais no mercado para desempenhar funções básicas. Porém, o que deveria ser motivo de comemoração acabou descortinando um problema antigo e ainda sem solução: a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, sobretudo no setor de serviços, o que mais gera emprego no país. Isso porque, com a falta de mão de obra, as empresas precisam gastar mais e aumentar salários, sem, com isso, ganhar em produção, perdendo competitividade no mercado. Na opinião de especialistas, o baixo nível da educação oferecida no Brasil está por trás desse quadro desolador.

Ontem, durante o seu discurso de posse, Dilma Rousseff procurou mostrar disposição em encarar o desafio de ajustar a educação às necessidades de melhorar a qualidade da mão de obra. Sob o novo lema para o segundo mandato, “Pátria educadora”, a presidente prometeu que educação será “a prioridade das prioridades”. É uma tarefa espinhosa, considerando que 54% dos alunos pobres entre 13 e 16 anos mostram evidente atraso escolar.

Segundo a presidente, o seu novo mandato será marcado pela aplicação de expressivos recursos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal no setor educacional, com os quais será possível universalizar, até 2016, o acesso à pré-escola das crianças de 4 e 5 anos. A necessidade de investir mais evidencia, contudo, problemas de gestão no setor, considerando que o Brasil destina 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB), maior que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 5,6%.

Dilma prometeu também mudanças curriculares e reforço na formação dos professores, “uma área frágil no nosso sistema educacional”. A presidente citou ainda como alvos o programa de ensino técnico Pronatec, como forma de “contribuir ainda mais para o aumento da competitividade da economia”, e o Ciência sem Fronteiras, programa que garantirá bolsas de estudo nas melhores universidades do mundo para 100 mil jovens.

Estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) apontam que, até os anos 1980, os índices de produtividade do país cresceram relativamente rápido em função de uma mudança estrutural da economia, com a migração da população para as cidades e o aumento de trabalhadores na indústria e nos serviços — setores cuja produtividade costuma ser maior que a do setor rural. Entre 1992 e 2007, contudo, a produtividade teve um crescimento de apenas 11,3%, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)