Brasília, 02 - Para tentar driblar a barreira do custo, que ainda afasta muita gente da microgeração, fabricantes de equipamentos têm trabalhado no desenvolvimento de produtos mais simples. A expectativa é de que, ao longo de 2015, equipamentos de R$ 6 mil cheguem ao mercado. O problema é que, para viabilizar esse preço, as máquinas dependem de um grande volume de instalações concentradas em um mesmo local.
"São produtos que precisam de mão de obra especializada para serem instalados. A esse preço, fica inviável enviar equipes para todos os cantos do País, em locais distintos. Por isso, são projetos voltados para vendas no atacado", diz Hewerton Elias Martins, diretor-presidente da Solar Energy, empresa do Paraná que prepara o lançamento desse tipo de equipamento. No alvo dos fabricantes estão projetos de grande porte, como o Minha Casa Minha Vida, que hoje já trabalha com tecnologia solar para aquecimento de água. Outro caminho são grandes condomínios de casas.
Um levantamento que acaba de ser concluído pelo Instituto Ideal, especializado em estudos sobre fontes renováveis, aponta que o custo dos projetos de microgeração solar no Brasil chega hoje a cerca de R$ 8,69 por watt (pico) gerado, quando em países onde a tecnologia já está mais difundida, como a Alemanha, o preço está na caso de R$ 5,28, se considerado um câmbio de R$ 3 por euro. Quanto maior o projeto, porém, a tendência é de que esse preço caia.
"Temos visto um desempenho positivo. Sabemos que existem dificuldades, até mesmo culturais, e que precisam ser melhoradas. Mas as coisas estão acontecendo", diz Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal.
No Brasil, a maior parte do custo desses equipamentos está atrelada aos painéis solares, os chamados módulos fotovoltaicos, que representam quase metade do valor total cobrado para instalação de um sistema conectado à rede. Praticamente todo o equipamento disponível hoje no País é importado da Ásia, seja em peças ou já montado.
O levantamento feito pelo Instituto Ideal mapeou, até setembro, 352 empresas atuando no mercado fotovoltaico voltado para a microgeração no País. A localização dessas empresas e os contatos estão disponíveis no site do instituto. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.