O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse na tarde desta segunda-feira, que vai centrar esforços para reduzir o custo de financiamento da dívida do país. A confiança na situação fiscal, de acordo com ele, tem um impacto no custo de financiamento da dívida por conta da curva de juros. "Com a situação fiscal, os juros longos tendem a cair e isso tende a facilitar quem está fazendo um projeto, trazer recursos do mercado", afirmou.
O custo da dívida, de acordo com o ministro, tem impacto direto sobre todo o setor privado. "O próprio desenho desse projeto, acho que ajuda a harmonização da tributação dos instrumentos de investimentos. Também facilita ter uma base", considerou, acrescentando que esse não é um trabalho de um dia. "Não há fórmula mágica, é um resultado de uma série de ações, com coerência e muito baseado na evolução da situação fiscal", citou.
Na medida em que houver maior concorrência na economia, segundo Levy, a tendência é de baixar os custos de financiamento. "Isso, naturalmente, vai atraindo investidores, mais firmas, mais pessoas interessadas em desenvolver negócios."
Operação Lava Jato
Levy evitou comentar de forma direta sobre os efeitos da Operação Lava Jato na redução da oferta de crédito do País. Segundo ele, esses episódios vão resultar na melhora das companhias, na maneira como as coisas são feitas em companhias abertas, com maior pressão de mercado. "É o que faz uma economia ser forte, ser inovadora", disse.
"Acho que no Brasil somos totalmente capazes de fazer isso. Somos uma sociedade em transformação, nossa economia tem que responder a isso. Temos maturidade, instrumento e vontade", afirmou. O ministro disse que não iria responder à pergunta de que o crédito estaria mais difícil por conta das denúncias envolvendo a Petrobras. "Fica um pouco mais difícil de responder. É uma pergunta específica sobre uma coisa genérica", afirmou.