(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Balança comercial tem pior resultado em 16 anos no Brasil

Déficit em 2014 foi de US$ 3,93 bi e governo justifica com preço do minério de ferro, do petróleo e crise internacional


postado em 06/01/2015 06:00 / atualizado em 06/01/2015 07:26

Brasília – A balança comercial brasileira encerrou 2014 com um déficit de US$ 3,93 bilhões. É o primeiro saldo negativo anual desde 2000 (déficit de US$ 731 milhões) e o pior resultado desde 1998 (saldo negativo de US$ 6,6 bilhões. Para justificar o resultado negativo, o governo aponta o cenário econômico internacional, o preço das commodities e o desempenho da conta do petróleo. O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, ainda não teve a cerimônia de transmissão de cargo, prevista para amanhã, mas já mandou o recado de que prepara medidas para estimular as exportações.

Em dezembro, a balança teve superávit de US$ 293 milhões, o pior resultado para o mês desde 2000, quando o saldo ficou negativo em US$ 211 milhões. O governo aponta que o déficit do ano passado representa apenas 1,7% do total de exportações do país. Em 1997, quando ocorreu o maior déficit da série histórica, de US$ 6,7 bilhões, esse valor representava 11,3% das vendas externas do Brasil. A chamada conta petróleo, que leva em conta a venda e a compra de petróleo e derivados, é um dos principais motivos para o resultado negativo da balança em 2014. Na comparação com 2013, entretanto, houve melhora: o déficit dessa conta caiu de US$ 20,3 bilhões para US$ 16,6 bilhões no ano passado.

“Ainda temos um déficit bastante elevado na conta petróleo, que é fundamental para explicar a balança brasileira”, afirmou ontem o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho. Além do aumento da produção e da exportação de petróleo no Brasil em 2014, que favoreceram a conta petróleo, houve impacto da queda do preço do produto. Considerando que as importações de petróleo superam as exportações, o efeito é maior do lado das compras e, portanto, também colabora para a redução do déficit. O secretário argumentou, entretanto, que esse impacto só ocorreu no fim do ano e, portanto, não explica o comportamento durante todos os meses de 2014.

A queda dos preços de commodities superior à esperada (especialmente minério de ferro) e o cenário internacional desfavorável foram fatores que influenciaram o déficit da balança em 2014. Devido à crise na economia argentina, os Estados Unidos se tornaram, no ano passado, o principal destino para os produtos manufaturados brasileiros, com avanço de 9,8% nas vendas. Com esse desempenho, os norte-americanos superaram os argentinos, que eram líderes de compra desses itens desde 2009. “A situação na Argentina atingiu duramente as exportações brasileiras de manufaturados. Com isso, tivemos uma perda de US$ 5,3 bilhões no ano”, afirmou o secretário.

RECORDE

A receita com as exportações brasileiras de carne bovina in natura foi recorde em 2014 ao somar US$ 5,736 bilhões. Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o montante ficou 7% acima dos US$ 5,359 bilhões arrecadados em 2013, até então o recorde em valor. O desempenho foi puxado pela desvalorização do real frente ao dólar e também pelo crescimento da demanda mundial pela proteína.

Em volume, as exportações de carne bovina chegaram a 1,227 milhão de toneladas nos 12 meses, alta de 3,5% ante 1,185 milhão de toneladas embarcadas em 2013. O volume também ficou muito próximo do recorde de 1,286 milhão de toneladas registrado em 2007. Já as exportações de carne de frango in natura somaram US$ 6,892 bilhões em 2014, retração de 1,6% ante a receita de US$ 7,004 bilhões do ano anterior. A queda é justificada pela diminuição do preço médio da proteína no período.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)