A Mercedes-Benz confirmou na tarde desta quarta-feira, 7, a demissão de 260 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Desse total, 160 foram desligados por iniciativa da própria empresa e outros 100, por meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela empresa de 14 de novembro a 5 de dezembro. O número é maior do que as 244 demissões informadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em nota à imprensa, a montadora afirma que utilizou todas as "ferramentas legais e negociáveis de flexibilização" para preservar a sua força de trabalho. Segundo a Mercedes, foram adotados licença remunerada, férias coletivas e individuais, banco de horas individuais e coletivos, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno, PDVs e lay-offs (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e interrupção da produção em dezembro.
A empresa afirma que prorrogou o lay-off para cerca de 750 colaboradores de São Bernardo do Campo e de 170 da fábrica de Juiz de Fora (MG) até 30 de abril. "Dessa vez, com os custos totalmente assumidos pela empresa", diz. A montadora informa ainda que, apesar do cenário de queda da produção, mantém os investimentos de R$ 730 milhões anunciados para as duas fábricas entre 2015-2018, "para assegurar a competitividade da companhia".
Paralisação
Em protesto contra as demissões, trabalhadores do turno da manhã da fábrica da Mercedes em São Bernardo resolveram paralisar as atividades por 24 horas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informa que a paralisação é um "aviso" à diretoria da fábrica e que os funcionários pretendem conversar ainda nesta quarta sobre as demissões. A previsão é que os trabalhadores do turno da tarde também cruzem os braços.