Depois de amargar um 2014 com queda de 2% na produção, a indústria mineira torce para que a combinação de vários indicadores garanta um 2015 melhor. Porém, pelo menos em princípio, os setores produtivos não estão tão animados com os resultados que virão nos próximos meses.
“A expectativa é de um crescimento baixo tanto da economia mineira quanto da brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado deve crescer 0,2%, e o do Brasil, 0,7%. A produção deve crescer 1,2% em Minas”, diz Guilherme Leão, economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O especialista destaca que o governo está mostrando sinais de reação em relação à desaceleração da economia, mas enfatiza que questões como o risco de racionamento de energia e de água podem afetar qualquer previsão para este ano. Ainda assim, continua Leão, a previsão não é boa em termos de investimentos.
“O novo ministro (da Fazenda, Joaquim Levy) reafirmou a necessidade de termos um ajuste mais forte, e isso implica em contenção de gastos, implica em redução ou adiamento em aportes. Grande parte dos investimentos vinha da Petrobras há alguns anos. Também nesse caminho (devido as denúncias de desvio de dinheiro na estatal), há tendência de um investimento um pouco menor”, avalia.
Outro problema, segundo Leão, é a tendência de aumento da Selic, mais uma medida que inibe o consumo e afugenta investimentos. “Na área do consumo da população em geral, a gente prevê alguma redução no emprego, fazendo com que a curva do desemprego cresça um pouco, o que implica em menor renda e menor capacidade de compra. Soma-se a isso a inflação pressionada e a manutenção dos juros em alta. Entende-se que o consumo, caso não sofra uma queda em todos os setores, será afetado nos segmentos ligados aos duráveis, como veículos, que são mais dependentes do crédito.”