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Estado de Minas

Economia fraca deixa brasileiro infeliz e descrente na prosperidade


postado em 11/01/2015 06:00 / atualizado em 11/01/2015 07:31

Perda de emprego de parentes e amigos deixaram a diarista Maria do Carmo desanimada (foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
Perda de emprego de parentes e amigos deixaram a diarista Maria do Carmo desanimada (foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
Brasília – A incerteza na economia parece estar corroendo as principais características pelas quais o brasileiro é conhecido: o otimismo e a felicidade. Desde 2011, a satisfação com a vida vem caindo e hoje está um pouco abaixo da média mundial, de acordo com o Barômetro Global de Otimismo, estudo feito pelo Ibope Inteligência em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN). A análise foi feita em 65 países com 64.909 entrevistas, 2.002 das quais aqui no Brasil, com população de 16 anos ou mais de todas as classes sociais.

De acordo com o levantamento, os que esperam prosperidade econômica neste ano caíram de 49% para 35% da população brasileira. Na avaliação global, 42% acreditam que 2015 será de prosperidade econômica para o seu país. “Estou vendo um brasileiro preocupado, e o mais impressionante é que, pela primeira vez, o Brasil apresenta um nível de otimismo abaixo da média da população mundial. Esse movimento de queda é uma tendência nos indicadores”, avalia Laure Castelnau, diretora de marketing e novos negócios do Ibope Inteligência.

A queda de otimismo ao longo do tempo é bastante impactante. De dezembro de 2008 até 2013, a perspectiva dos brasileiros para o ano seguinte permaneceu no patamar de 74%. Em 2013, ocorreu a primeira queda acentuada, para 57%, e em 2014 para 49%. “Desde 2012, o percentual dos que esperam uma economia melhor vem caindo no país. Vivemos um período de prosperidade econômica em 2011 que não se mostrou sustentável. Assim, os sinalizadores de retração parecem já estar afetando o dia a dia do brasileiro, que se mostra gradualmente mais pessimista em relação ao crescimento do país, e isso independe de classe social”, diz.

A constatação de Laure Castelnau pode ser sentida nas ruas. O vendedor de picolé Luis Vidal, de 61 anos, não esconde o pessimismo. “É impossível este ser um bom ano”, desabafou. “Desisti de fazer previsão boa, as coisas só pioram.” Ele tinha planos de comprar um carro em 2015, mas admitiu já ter abandonado a ideia. “Com a inflação alta desse jeito, comendo todo o salário, não tem jeito. É o fim dos tempos.”


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