A estimativa para a safra de café deste ano está entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado. Os dados foram apresentados hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) durante a divulgação do primeiro levantamento da safra.
Em 2014, a produção fechou com 45,34 milhões de sacas, número considerado abaixo do esperado, já que as questões climáticas, como estiagem e frio intenso em regiões de produção, afetaram as plantações. O presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, disse que, ainda assim, o país está mantendo a estabilidade. “Estamos com tendência de estabilidade da produção em 45 milhões de toneladas de café. Tanto é que no ano de bienalidade positiva foi isso e neste ano também.”
A Conab tem acompanhado as temperaturas registradas no país a cada 15 dias. “Isso ajuda o setor privado e o público a perceberem se o clima estará, ou não, afetando as nossas previsões de safra daqui para a frente”, ressaltou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini.
Para o diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rodolfo Osório de Oliveira, ainda é cedo para saber como o clima deste mês vai afetar a produção do ano. Segundo ele, a expectativa para 2015 quanto à estabilidade das chuvas é uma boa notícia. “O fato de ter um volume de produção muito similar ou quase igual ao do último ano alenta um pouco. Mostra que pode ser que este ano tenhamos um volume de produção pelo menos igual ao do ano anterior.”
De acordo com as leituras feitas até agora, o prognóstico climático é de normalidade até março. O próximo levantamento sobre a safra será feito em abril e divulgado em maio deste ano. “Sem dúvida, o próximo levantamento é mais próximo da realidade, a colheita já foi iniciada. Teremos uma leitura de campo muito mais próxima da realidade”, disse Intini.
Com relação às variedades, o café arábica – que representa 75% da produção nacional - tem estimativa, para 2015, entre 32,50 milhões e 34,40 milhões de sacas, o que representa previsão de crescimento de 0,6% a 6,5% em comparação com 2014. A produção do conilon, que representa 24,9% do total, está prevista entre 11,61 milhões e 12,21 milhões de sacas, o que, na comparação com o ano passado, indica queda entre 8,8% e 6,3%. Outra expectativa divulgada pela Conab é de redução da área de plantio por volta de 0,6% em relação à safra passada. Entre as causas estão as condições climáticas e a substituição por culturas mais rentáveis em alguns estados.
Apesar dos problemas enfrentados no ano passado, as exportações de café não sofreram redução. “O padrão de exportação não deve ser reduzido. Os contratos e compromissos estão mantidos e as exportações continuam observando naturalmente a cotação do dólar e os preços praticados”, afirmou Intini.