Brasília – Os preços do café podem subir nos próximos meses com a expectativa de queda da produção do grão, em virtude dos problemas climáticos que estão afetando as lavouras, em especial a falta de chuvas. Nas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o Brasil deverá colher uma safra entre 44,11 e 46,61 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado. O resultado pode sofrer redução de 2,7%, caso da menor projeção ou, ainda, um aumento de 2,8%, se confirmado o limite superior aos 45,34 milhões de sacas da safra anterior.
O diretor do Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Rodolfo Oliveira, explicou que a menor oferta do grão pode ocorrer em virtude de variações de clima seco e frio. “A forte estiagem no final da safra anterior e o intenso inverno durante a florada da safra atual interferiram de maneira negativa na produtividade”, explicou. Já a produção do café arábica pode apresentar um crescimento entre 0,6% a 6,5%. O resultado é reflexo do crescimento da cultura na Zona da Mata mineira e do volume produzido no Paraná.
O plantio de café deve atingir área de 1,94 milhão de hectares, representando ligeira queda de 0,6% em relação à safra passada, com uma redução de 12,07 mil hectares. Minas Gerais concentra a maior extensão plantada, de 973,58 mil hectares, predominando a espécie arábica, com 98,64% do total no estado. As exportações do grão chegaram a U$ 6,6 bilhões entre janeiro e dezembro de 2014, receita 26,27% superior aos U$ 5,2 bilhões apurados em 2013.
Plano de escoamento plano para auxiliar o escoamento da safra de grãos em 2015, divulgado ontem pelo governo prevê a colocação de cascalho em trechos de rodovias federais onde não há asfalto, situação de risco para o tráfego dos caminhões transportadores, além de tratores para socorrer veículos encalhados. O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, explicou que 136 quilômetros de um total de 945km da BR-163, entre Sorriso, no Mato Grosso, e Miritituba, no Pará, , não contam com asfalto.
O plano de escoamento também prevê o agendamento eletrônico de caminhões no porto de Santos. Caminhões que chegarem ao local sem hora marcada serão barrados, a exemplo do que já foi feito em 2014. Terminais que receberem os veículos sem agendamento poderão ser multados. Há previsão, ainda, de pátios de estacionamento próximo ao porto, para evitar que os caminhões aguardem estacionados ao longo das rodovias.