Com crescimento de 0,61 ponto porcentual na participação de mercado em 2014 ante 2013, resultado que a manteve como a quarta maior montadora do Brasil, a Ford vai promover uma maratona de desenvolvimento de software, conhecida como "Hackathon", durante a oitava edição da Campus Party, que será realizada em São Paulo no mês de fevereiro.
Segundo a empresa, o evento faz parte do objetivo global da marca de democratizar tecnologia automotiva para os chamados carros de entrada - os mais baratos do mercado.
Os participantes da maratona serão incentivados a desenvolver, individualmente ou em dupla, programas para as plataformas iOS e Android que tragam vantagens, conforto ou melhorias para os motoristas e que sejam compatíveis com o SYNC App Link, já usado no Novo Ka.
O sistema permite o acesso aos aplicativos dos smartphones via comando de voz, sem que o motorista precise retirar as mãos do volante. "Seremos a primeira montadora a organizar uma Hackathon no País", diz o vice-presidente da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb.
"Nosso objetivo é democratizar tecnologias, trazê-las para um grupo de motoristas como os do Novo Ka, que é um carro de entrada", afirmou. O vice-presidente lembra que, atualmente, por meio do SYNC, o Novo Ka (que será o prêmio do ganhador da maratona) tem um sistema que é programado para fazer uma ligação automática ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em caso de acidente com o veículo, informando a localização e conectando passageiros com os atendentes para o resgate.
"Não vamos tirar o pé do acelerador nem sair da sincronização internacional da empresa por causa da situação de mercado de hoje. Ao contrário, estamos em um gap competitivo, e você ataca isso com coragem e investimento em inovação", afirmou o vice-presidente da Ford.
Ele reconhece que o setor automotivo brasileiro vive claramente um "declínio" das vendas, resultado de quedas das demandas nos mercados interno e externo. Segundo ele, isso tem pressionado toda a cadeia automotiva, desde as montadoras às fabricantes de autopeças.
A longo prazo, contudo, Golfarb prevê que a tendência é de crescimento do mercado automotivo. "Acho que essa recuperação vai depender do seguinte: estamos fazendo a lição de casa. Estamos na fase de resolver problemas para poder crescer", diz o executivo.
"Não arriscaria uma data (para a recuperação), mas insisto que a nossa visão de longo prazo é de crescimento." De acordo com ele, a previsão da empresa de investir R$ 4,5 bilhões no Brasil entre 2011 e 2015 está mantida.
Demissões
O recuo nas vendas de veículos, que se acentuou no ano passado, quando caiu 7,1% ante 2013, provocou uma queda de 15,3% na produção de veículos e a demissão de 12,4 mil trabalhadores em 2014. Neste ano, novos cortes já foram anunciados por algumas montadoras. Na Volkswagen, 800 trabalhadores devem ser demitidos em fevereiro, enquanto na Mercedes-Benz serão desligados 260. Na Ford, 224 funcionários da fábrica de Taubaté estão em lay-off (116 até fevereiro e 108 até março), mas a empresa diz que não há previsão de cortes.