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Estado de Minas

Mercado tem R$ 7,6 bi em papéis das empresas citadas na Lava-Jato


postado em 17/01/2015 09:01 / atualizado em 17/01/2015 11:51

As empresas dos grupos econômicos com os quais a Petrobrás suspendeu negócios temporariamente por terem sido citadas como integrantes do cartel investigado na operação Lava-Jato, da Polícia Federal, têm papéis no valor de R$ 7,65 bilhões em poder do mercado doméstico. É o que mostra levantamento da consultoria Economática, elaborado a pedido do Estado.

A pesquisa levou em conta as posições de carteiras de fundos, segundo informado por seus gestores à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A base foi a lista de 23 fornecedores divulgada pela Petrobrás em 30 de dezembro.

Os números mostram que quase metade desses papéis, ou R$ 3,7 bilhões, está em poder da Caixa. O restante está pulverizado em outras 35 instituições financeiras de portes variados.

O Estado apurou que a Caixa não tem preocupação em relação a essa exposição porque, segundo uma fonte do banco, a maior parte refere-se a financiamentos cuja garantia é o próprio empreendimento, o chamado “project finance”. Essas operações são diferentes do “corporate finance”, que é o empréstimo direto às empresas. Os financiamentos, segundo a fonte, foram concedidos em consórcio com outros bancos, como BNDES e Banco do Brasil. Ou seja, o risco não é apenas da Caixa, que emite as debêntures (papéis de dívida privada).

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, encomendou um mapeamento dos volumes e prazos de vencimento dos papéis das empresas investigadas, como informou ontem (16) o Estado. Depois que a OAS, uma das investigadas na Lava-Jato, deixou de honrar pagamentos de juros de alguns de seus títulos, surgiu o temor com a descoberta de outros casos semelhantes.

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O único caso de falta de pagamento até o momento foi o da OAS. Mas outras investigadas tiveram suas notas de crédito rebaixadas pelas agências de classificação de risco. É o caso da Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Participações e Galvão Engenharia, além da própria OAS.

As captações em bônus e ações das empresas são uma parte menor do que essas companhias devem na praça. A maior parte da dívida está em bancos. Uma estimativa que circula no governo dá conta de um endividamento total próximo de R$ 130 bilhões - poderia chegar a R$ 400 bilhões quando consideradas as operações no mercado externo. É um valor elevado, cuja eventual contaminação o governo quer evitar.

Fontes de mercado informam que as investigações da Lava-Jato afetaram as empresas de forma heterogênea. Enquanto a OAS amargou uma desvalorização em que cada R$ 100 passaram a valer cerca de R$ 15, outras empresas tiveram quedas mais amenas - caíram de R$ 100 para R$ 85, por exemplo. Isso é considerado razoável num quadro como o atual. Porém, é um indicativo de dificuldade de crédito.

Por outro lado, as subsidiárias dessas companhias no exterior ainda não enfrentam problemas para captar recursos. Assim, essa poderia ser uma alternativa para fortalecer o caixa dessas companhias.

No Brasil, é grande a preocupação com os desdobramentos da Lava-Jato. O drama mais imediato é com o balanço do terceiro trimestre de 2014 da Petrobrás, ainda não divulgado - deve ser analisado pelo conselho de administração no dia 27.

A estatal corre o risco de ser declarada inadimplente se não divulgar os dados até o fim de janeiro. É o chamado “default técnico”, que pode acarretar punições como o vencimento antecipado de dívidas. Na avaliação de uma fonte do mercado, isso agravaria a crise de crédito.

 


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