O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira, que o aumento do IOF, de 1,5% para 3%, pode levar a uma queda da curva longa de juros e até a um fortalecimento do real. "Se a gente vê a curva longa caindo, deve ter efeito nas expectativas de inflação. Se houver (efeito nas expectativas), excelente", afirmou.
Levy disse ainda que não tem nenhuma manifestação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre a alta do IOF. "Quando as medidas forem publicadas ele saberá exprimir sua visão dentro de seu papel para coordenar expectativas", explicou.
Segundo o ministro, essas medidas têm por objetivo aumentar a confiança na economia. Levy afirmou ainda que nas últimas semanas os juros mais longos, que influenciam o crédito, apresentaram relativa redução.
"O principal efeito das medidas é difícil ver individualmente. O efeito é aumentar a confiança para as pessoas investirem, tomarem risco, para os empresários pensarem novas coisas", disse. "Isso se reflete nos indicadores financeiros, na queda da curva longa e até em um pequeno fortalecimento do real", argumentou.
Questionado se a elevação do IOF pode influenciar a decisão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa amanhã e termina na próxima quarta-feira, Levy negou. "A decisão do Copom é decidida pelo Copom. As decisões do comitê sempre olham o conjunto da economia."
Impostos
O ministro reafirmou que o processo de ajuste fiscal não será apenas aumentar impostos. "A gente está tentando desenhar medidas que estimulem de várias maneiras a economia", disse. Segundo Levy, é um compromisso assumido por ele a simplificação dos impostos. "Será uma série de ações que vamos continuar tomando para organizar o ambiente econômico de forma mais favorável ao crescimento e ao emprego", disse.