A usina de biodiesel da Petrobras Biocombustível, em Montes Claros, Norte de Minas, triplicará a capacidade de processamento do sebo bovino, que passará de 50 mil para 158 mil toneladas por ano. Com a ampliação, o óleo refinado a partir do sebo bovino representará 35% no mix de matéria-prima utilizada na produção do Biodiesel 100 (B-100), índice máximo permitido nas especificações do combustível.
De acordo com informações da empresa, a construção da nova unidade de refino físico será iniciada em fevereiro e entregue em outubro. A gordura animal utilizada no processo também gerará sebo refinado e ácido graxo, coprodutos de grande valor comercial
Na avaliação da Petrobras, se comparado ao biodiesel vegetal, o de gordura animal é mais vantajoso e, por isso, ganha cada vez mais espaço como opção de matéria-prima. “O maior grau de cetano garante melhor ignição do combustível e tem influência direta na partida e no funcionamento do motor”.
Conforme a estatal, com o aumento da capacidade de refino do sebo bovino em Montes Claros ocorrerá um excedente de óleo, que poderá ser escoado para usinas da Petrobras Biocombustível, em Candeias, na Bahia, e Quixadá, no Ceará.
A planta mineira tem autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para produzir 152 milhões de litros/ano de biodiesel. A usina consumirá, no máximo, 53,2 milhões de litros/ano do óleo bovino (35% do total). Por isso, a necessidade de escoar parte do produto para outras unidades.
A Petrobras lembra que estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que aproximadamente 1,56 milhão de toneladas de sebo bovino são produzidas anualmente no país. Cada quilo de sebo pode gerar até 800 mililitros de biodiesel.