São Paulo, 29 - O desempenho da indústria paulista em 2014 teve queda de 5,9% em relação a 2013, resultado que só não foi pior do que o de 2009, quando houve uma retração de 9,3%, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA), divulgado nesta quinta-feira, 29, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), Paulo Francini, a trajetória do último trimestre do ano passado agravou a já debilitada situação do setor manufatureiro. "O que já era ruim ficou um pouco pior", afirmou, em nota.
Segundo o levantamento da Fiesp, a variável do índice que teve a maior redução em 2014 foi a de horas trabalhadas na produção, com declínio de 6,6%. Apesar de um dado físico importante para o indicador, segundo Francini, "o componente de horas trabalhadas pode sofrer interferências mais complexas que não resultem em uma baixa produção, como o aumento da produtividade, ou seja, o uso das mesmas horas para fabricar mais produtos".
O resultado apurado pelo INA foi pior do que estimava o economista, que projetava uma queda de 5,4% para o ano. Francini diz que o desempenho negativo da indústria está associado ao baixo crescimento econômico do País. "Espera-se evolução do PIB de 2014 próxima de zero. Quando um PIB cresce, e cresce vigoroso, é porque a indústria está crescendo; quando se tem um PIB zero, a indústria vai ter um resultado negativo", afirmou.
O economista salienta ainda que 2015 não deve ter um começo de ano "brilhante" por conta dos ajustes que serão feitos e dos juros em alta. "Com os fantasmas da crise hídrica e energética voando, é difícil ver algo positivo", disse.