O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que o reajuste extraordinário nas contas de luz de consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste será "razoável". Segundo ele, o aumento das tarifas da usina de Itaipu, de 46%, terá impacto de 6 pontos porcentuais para os consumidores dessas regiões. Já as despesas com programas sociais terão impacto de 19,97 pontos porcentuais para essas mesmas empresas.
Questionado sobre se o impacto médio do reajuste extraordinário seria de 25,97%, Rufino não quis adiantar nem confirmar números. Respondeu, no entanto, que o aumento "deve ser dessa ordem". "Esse raciocínio (de somar os porcentuais) é razoável", afirmou.
Já para as distribuidoras da região Norte e Nordeste, os reajuste devem ser "significativamente menores", disse Rufino. Esses consumidores não recebem a energia de Itaipu, portanto não pagam por ela. Além disso, o custo dos programas sociais é dividido numa proporção menor para esses consumidores. A proporção é 4,5 vezes maior para o grupo Sul/Sudeste/Centro-Oeste do que para o grupo Norte/Nordeste.
Rufino disse que os reajustes ordinários anuais devem ser menores depois da revisão tarifária extraordinária. Isso porque os extraordinários, que serão concedidos até março, vão repassar de uma só vez o custo de Itaipu e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para todas as distribuidoras. Já os ordinários devem começar a repassar o custo do empréstimo de R$ 17,8 bilhões dados às distribuidoras em 2014 e outras despesas menores das distribuidoras.
Os outros custos que hoje oneram as empresas devem ser repassados mensalmente, por meio das bandeiras tarifárias, que vão levar em conta o custo das térmicas, a exposição involuntária das empresas e o risco hidrológico.