Brasília, 04 - Em meio a anúncios de aumento de combustíveis e de tarifa de energia elétrica no mercado doméstico, o grupo Energia do Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) atingiu no mês passado a menor marca desde outubro de 2010. O indicador que seleciona os preços dos produtos básicos que mais afetam a inflação brasileira foi divulgado nesta quarta-feira pela instituição. Ficou claro que a queda de 5,47% do IC-Br vista de dezembro para janeiro foi fortemente influenciada pelas commodities energéticas, ainda que se tenha visto um recuo de todos os seus componentes.
De acordo com dados do Banco Central, esse grupo chegou a 74,87 pontos no mês passado. Patamar mais baixo foi observado apenas pouco mais de quatro anos atrás, quando estava em 71,75 pontos. Para se ter uma ideia do tamanho do tombo recente, em dezembro, a pontuação desse conjunto de itens estava em 88,67 e, no mês anterior, em 101,95. Em janeiro, esse grupo mostrou recuo de 15,56% na margem, de 26,91% no trimestre e de 35,17% no acumulado de 12 meses. Neste segmento, estão inclusos preços de gás natural, carvão e petróleo tipo Brent, que passa por um momento de recuo no mercado internacional.
Em encontro com jornalistas em dezembro, o presidente do BC, Alexandre Tombini, destacou que a queda do preço do petróleo no mercado internacional poderia ser positiva para o Brasil no curto prazo. Nos cálculos de Tombini feitos à ocasião, mantido o valor do barril entre US$ 55 e US$ 60, a balança comercial poderia economizar de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões este ano.
Também compõem o IC-Br o grupo de commodities agropecuárias, que recuou 3,62% no mês passado ante dezembro e de metais, que caiu 4,21% na mesma comparação.