O aumento no preço do combustível já está pesando no bolso do consumidor desde o último fim de semana. Em Belo Horizonte a gasolina teve alta de 9,73% entre 7 de janeiro e 3 de fevereiro, de acordo com o site de pesquisas Mercado Mineiro. O litro do combustível que antes era vendido ao preço médio de R$ 2,939 passou para R$ 3,225. O aumento médio de R$ 0,284 supera a alta nas refinarias estimada pelo governo em R$ 0,22 por litro. O preço do etanol também foi reajustado em 7,07%, passando o valor médio de R$ 2,165 o litro para R$ 2,318, assim como o diesel que registrou alta de 6,67%, já que passou a custar R$ 3,199 ao invés de R$ 2,999. Com os reajustes, o motorista deve ficar atento, pois em uma mesma região há variações de preço que podem garantir economia na hora de abastecer.
Os reajustes vão pesar no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA ), que mede a inflação oficial do país. De acordo com o analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Minas Gerais, Antonio Braz, levando em conta os números da pesquisa, a cada ponto percentual da inflação a ser registrada em fevereiro, metade (0,5) estará diretamente ligada aos reajustes dos combustíveis. Ainda de acordo com o analista, cada item tem um peso diferente na hora de calcular a inflação e a gasolina, que teve o maior reajuste (9,73%), é a que mais influência, com percentual de 4,3%. O etanol tem um peso estimado no índice inflacionário de 0,42% e o diesel de 0,22%.
“Se usarmos a proporção dos reajustes com o peso que os produtos têm sobre o índice, chegamos a um peso de quase 0,5 ponto percentual. Isso, levando em conta apenas o impacto direto e imediato desses ajustes”, explica Antonio Braz . Ele lembra que o percentual pode ser ainda maior quando calculado o impacto indireto no custo do transporte, o que leva ao aumento no frete rodoviário. “Quando as empresas começarem a reajustar o valor do frete, os preços de outros produtos também vão sofrer alterações. Ainda não podemos calcular o peso desse efeito indireto, mas sabemos que pode ser muito mais que os 0,5 ponto já observado”, finaliza.
O reajuste dos combustíveis se deu por conta do aumento da alíquota do impostos PIS e da Cofins, que, juntos, passam a corresponder a R$ 0,22 para o litro de gasolina e a R$ 0,15 para o de diesel. No entanto, algumas revendas aumentaram os preços acima do valor autorizado pelo governo federal para as refinarias no último domingo. Nos 140 postos em Belo Horizonte, o menor preço encontrado foi de R$ 2,995 e o maior de R $ 3,599, variação de 20,17%. Em janeiro, numa pesquisa também realizada pelo site Mercado Mineiro, o litro da gasolina era vendido por até R$ 2,87 em alguns postos. Ainda de acordo com a pesquisa, o preço mais barato para o litro da gasolina é de R$ 2,99 e pode ser encontrado nos bairros Floresta, na Região Leste, Concórdia, na Região Nordeste, e Santa Amélia, na Pampulha. Já o preço mais caro, R$ 3,49 foi encontrado no Santa Lúcia, na Centro Sul.
Já o etanol mais barato pode ser encontrado nos bairros Santa Amélia, Cachoeirinha e Carlos Prates, por R$ 2,14 o litro. O mais caro fica no Santa Efigênia, onde é vendido a R$ 2,59. Levando-se em conta que o Etanol só é viável se estiver pelo meno 70% mais barato que a gasolina, em nenhum posto de Belo Horizonte seria favorável abastecer com o álcool combustível, levando em conta o preço mais barato da gasolina a R$ 2,99. Para ser um bom negócio, o combustível verde teria que ser vendido a R$ 2,09. “Os reajustes que observamos estão muito além do que era esperado pelos consumidores. Enquanto assistimos a redução do preço da cana-de-açúcar nas usinas, vemos o contrário nas bombas de combustíveis. Esse era o momento para o etanol se tornar competitivo com a gasolina”, afirma o diretor executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.
Reajuste na RMBH Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) o reajuste também foi além do esperado para os consumidores. Em Betim, na Grande BH, o litro da gasolina subiu 8,68%, de R$ 2,949 para R$ 3,205. Em Contagem, o reajuste chegou a 9,5%, com o preço médio do litro da gasolina passando de R$ 2,926 para R$ 3,204. A pesquisa apontou que na região, a gasolina está 0,66% mais barata que em Belo Horizonte. Já entre os preços do álcool, a alta é de 7,07%, sendo que o valor médio era de R$ 2,165 e passou a ser de R$ 2,318. Em Contagem, o etanol só é mais viável que a gasolina se for encontrado abaixo de R$ 2,257 pelo calculo de 70% do valor da gasolina (R$ 3,225).