Rio, 06 - A estiagem exerceu uma das principais pressões sobre a inflação de janeiro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avaliou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "De fato, em janeiro, tem algum fenômeno climático que atrapalha, que faz subir preços de alimentos. Mas neste ano em especial (o problema) está agravado por conta da seca, que fez com que aumentasse o custo não só de alimentos, mas de outros itens importantes para o consumidor", disse a pesquisadora do IBGE.
Eulina lembra que, embora a inflação de janeiro costume registrar uma pressão sazonal de alimentos sob o impacto de condições climáticas adversas - como o excesso de chuvas ou a falta delas -, a influência sobre a inflação foi mais forte este ano. "A seca atingiu mais o índice pela gravidade do problema que o Brasil está passando. Além de prejudicar os alimentos, a agricultura, a pecuária, a falta de chuva também fez com que a energia elétrica passasse a ser um problema para o País. Aumentou o preço (da energia) e, como consequência, o IPCA veio forte", ressaltou a coordenadora, citando também o reajuste de taxa de água e esgoto, que foi de 1,42% em janeiro. A conta de luz ficou 8,27% mais cara em janeiro, item de maior contribuição para a inflação do mês.