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Estado de Minas

Novo presidente da Petrobras precisa reestruturar a empresa, dizem especialistas


postado em 06/02/2015 19:49

O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, tem pela frente uma tarefa árdua e não vai conseguir fazer mudanças na situação difícil por que passa a empresa, apenas com a sua chegada. A avaliação é do ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e consultor, John Forman, para quem, o momento é de avaliar a estrutura da Petrobras e reforçar os objetivos da estatal. “É árdua a tarefa. Não é ele sozinho que chega lá e tudo muda. Ele tem que trabalhar nas estruturas internas da empresa para que elas sejam alinhadas a um objetivo comum”, disse à Agência Brasil.

Para John Forman, o governo buscou para o cargo alguém ligado a ele e seria ideal que tivesse indicado alguém que fosse identificado com uma empresa como a Petrobras, que pertence a um setor específico da economia. Ainda assim, ponderou que a companhia precisa de um bom gestor. “Tecnicamente a Petrobras é ótima, não é esse o problema. Não estamos falando de técnica, estamos falando de gestão. Pode ter um excelente técnico que é um péssimo gestor e pode ter um excelente gestor que não é um técnico excepcional. As duas coisas não se substituem”, analisou, comparando ainda o cargo a um maestro. “Em uma grande empresa como a Petrobras a figura de um presidente é, igual, a de um maestro em uma orquestra. Os músicos, mesmo que excelentes, se não tiverem uma pauta e seguir o maestro, vão produzir barulho e não música”, completou.


Na avaliação de Forman, o fato de quatro diretores serem indicados interinamente para os cargos traz a indicação muito clara de que eles têm a possibilidade de não ser confirmados nas funções. “A autoridade deles fica questionada desde o primeiro momento. Se eu sou bom e confiável, eu sou nomeado, e não como interino”, disse destacando ainda que na prática o mercado quer que a empresa opere de maneira adequada.

Já o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em energia, Ernani Torres, avaliou que a expectativa do mercado neste momento da saída da antiga diretoria, classificado por ele, como dramático, era tentar resolver o destino da empresa e qual é a sinalização que o governo gostaria de dar. “A colocação de duas pessoas do Banco do Brasil, a despeito das qualidades deles, mostra uma tentativa muito intra governo de resolver e não alguma coisa mais robusta de dar uma resposta ao mercado. O que se percebe no comportamento das bolsas hoje é que houve uma frustração em que o governo desse uma resposta mais contundente. O governo perdeu esta oportunidade”, destacou em entrevista à Agência Brasil.

Para o especialista, uma das primeiras tarefas do novo presidente será definir como a Petrobras vai se ajustar aos novos preços de mercado e os níveis de investimento. Além disso, como eliminará os focos de corrupção e de desvios que foram divulgados. “Ele tem uma agenda monumental a curto e médio prazo para ninguém botar defeito”, disse.

Ernani Torres espera que a empresa não reduza os preços dos combustíveis, agora que os preços dos barris de petróleo estão mais baixos. A mesma análise tinha sido defendida pela então presidenta da Petrobras, Graça Foster, em entrevista no dia 29 de janeiro. “É razoável que passe um tempo e deixe a Petrobras carregar as baterias até porque ela precisa dar resultado bom para melhorar a situação dela de mercado. Eventualmente, talvez no final do ano, possa a usar isso como calibragem. Agora está na hora dos preços ajudarem o caixa da Petrobras, que é muito importante para o Brasil”, ressaltou.


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