O número de devedores belo-horizontinos registrou um leve crescimento de 0,28% em janeiro quando comparado com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Na comparação com o mês anterior - dezembro do ano passado - o aumento no número de devedores foi de 0,56%.
O segmento que deteve a maior quantidade de dívidas registradas em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período de 2014 foi o de água e luz, chegando a 13,76%. Já em relação a participação no montante total das dívidas registradas em atraso, os bancos apresentaram maior participação, com 57,01%.
De acordo com a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, as elevações são resultados da combinação de inflação alta, a maior desde 2003, juros elevados e queda na renda real. “Este cenário contribui para que os consumidores apresentem aumento no custo de vida, principalmente nos preços de alimentos, luz, habitação e transportes. Dessa forma, eles têm maior dificuldade em negociar os débitos e manter as finanças em dia, sobretudo os que possuem dívidas como empréstimos e financiamentos”, explica. “Por esta razão, o planejamento financeiro constitui importante ferramenta para o controle dos gastos, auxiliando as famílias a manterem suas contas em dia”, completou.
Ana Paula Bastos analisa ainda que o aumento em relação a dezembro de 2014 já era esperado, visto que no mês de janeiro as pessoas se encontram mais descapitalizadas, devido aos compromissos assumidos no fim do ano, como compras a prazo para o Natal e viagens de férias, juntamente com o pagamento de impostos (IPTU, IPVA), matrículas e itens escolares. “Esse comprometimento da renda aliado aos reajustes de tarifas de transporte, energia elétrica e combustível, acabou impactando em um aumento no custo de vida da população e prejudicando a capacidade dos consumidores em manter o orçamento em dia”, ressalta.
No mês de janeiro, a maioria das pessoas incluídas no SPC da CDL-BH, ou seja 15,83%, foi de consumidores na faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de idade de 85 a 94 anos.
Tempo de dívida
O intervalo com a maior concentração de pessoas com pendências atrasadas foi o de até 90 dias, com 13,96%. A pesquisa revela ainda que houve alto crescimento na comparação anual de pessoas com dívidas em atraso entre três a cinco anos: 2,41%. No mesmo período do ano passado esse intervalo apresentou queda de 15,03%.