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Estado de Minas

Crise impõe novo ajuste ao brasileiro que deve envolver a família em medidas para conter excessos

É hora de preservar o bolso e a saúde do orçamento


postado em 15/02/2015 00:12 / atualizado em 15/02/2015 07:54

Brasília – Não existe nada mais difícil de enfrentar do que uma economia em recessão. O desemprego aumenta e a renda cai. Com o encolhimento dos negócios em vários setores, as receitas diminuem e levam os lucros com elas. Por isso, para livrar o bolso do aperto provocado pela retração da economia, é fundamental enxugar o orçamento doméstico, eliminar excessos e adotar mudança radical nos hábitos de consumo. Situações que exigem dose maior de sacrifício devem ser discutidas em casa, de forma que cada membro da família dê sua contribuição para sanear as finanças do lar. Não faltam razões para isso.

Quem já está empregado deve batalhar para ficar onde está. Não por acaso, os reajustes salariais obtidos nas negociações coletivas em períodos de crise tendem a no máximo cobrir as perdas inflacionárias. “Numa retração econômica, o poder de barganha dos trabalhadores encolhe. Então, sob o risco de ser demitido, acaba-se aceitando remuneração que cresça menos do que o custo de vida”, destaca a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.


Em economias globalizadas, quedas persistentes do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de bens e serviços produzidos por aquela nação põem em xeque o bem-estar e a capacidade de geração de riquezas da população. Com o Brasil pode não ser diferente. Em 2014, cinco anos depois de o país ter vencido a crise financeira mundial, a economia voltou a encolher. Considerado um termômetro do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) retraiu 0,15%.

Neste ano, ao desaquecimento da economia se juntam outros desafios, como o risco de racionamento de energia elétrica e de água . “Mesmo que as ameaças de apagão e de racionamento de água não se concretizem, o que seria o melhor dos cenários para 2015, a economia encolheria 1,2%”, estima a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências.

Os sinais de desaceleração da economia são claros. Com as fábricas em marcha lenta, o varejo sentiu o baque e viu caírem as vendas. O comércio entrou em 2015 forçado a antecipar liquidações e promoções para fisgar o consumidor retraído. Só no ano passado, a produção industrial recuou 3,2%. A expectativa para este ano não é de recuperação significativa, a depender da situação do fornecimento de insumos como água e energia.

A queda de confiança do setor privado tende a provocar nova queda dos investimentos, que já haviam recuado 8% em 2014. As famílias enfrentam os juros altos no crédito ofertado pelos bancos e as operadoras de cartão de crédito. Alguns analistas do mercado financeiro já esperam uma onda de calotes. Dados da consultoria Serasa Experian dão a dimensão desse problema. Em 2014, mesmo com a economia estagnada e o desemprego na mínima histórica, a inadimplência cresceu 6,3%. Neste ano, o índice de atrasos já pulou para 16,7% na comparação com janeiro de 2014. “A última vez em que registramos um aumento tão expressivo foi em 2012. Naquele ano, a inadimplência atingiu a máxima em mais de uma década”, lembra o economista Luiz Rabi, responsável pelos dados.


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