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Estado de Minas

Concentração de blocos trouxe lucro para donos de bares e restaurantes

Nos locais onde os blocos se reuniram, multidão de foliões proporcionou aumento de vendas de até 200%. Hotelaria teve ocupação de 65% na Savassi


postado em 19/02/2015 06:00 / atualizado em 19/02/2015 07:26

Vendas poderiam ter sido maiores, não fosse a concorrência com os informais, segundo Max Ladeira(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Vendas poderiam ter sido maiores, não fosse a concorrência com os informais, segundo Max Ladeira (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Enquanto os foliões se divertiam no carnaval de Belo Horizonte, acompanhando os blocos de rua, os bares, restaurantes e hotéis contabilizavam o aumento do consumo num momento mais que esperado pelo comércio, em meio à retração do setor devido ao baixo crescimento da economia brasileira. As vendas nos bares e restaurantes em algumas regiões da cidade onde houve concentração para os desfiles dispararam, proporcionando alta de até 200%, a exemplo de empresas instaladas no Bairro Santa Tereza e na região da Praça da Liberdade. Em outros locais, como o Centro da capital e a Savassi, o faturamento cresceu cerca de 30%, segundo os comerciantes ouvidos pelo Estado de Minas, que tiveram de compartilhar o consumidor com os ambulantes nos espaços mais movimentados da festa. O setor hoteleiro também comemora o bom resultado do carnaval de rua de BH. A taxa média de ocupação foi de 30%, de acordo com a regional mineira da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-Minas), mas em áreas como a Savassi, superou 65%.

Na Praça da Liberdade, palco da concentração de muitos blocos – entre eles o Baianas Ozadas, que arrastou 100 mil pessoas em direção à Praça da Estação –, comerciantes estão satisfeitos. No Prontto Delicias Express, o movimento foi praticamente quatro vezes maior durante os dias de carnaval. Somente na segunda-feira, foram vendidos mais de 100 litros de chopp, além de 900 garrafas long neck de cervejas e 300 salgados. “Não esperávamos isso tudo. Todas as fornadas de salgado eram vendidas rapidamente”,contou o sócio proprietário da empresa, Roberto Viana.

No Assacabrasa que fica na Rua da Bahia, próximo à praça, o movimento dobrou e a churrascaria, com a lotação completa da casa, precisou dispensar clientes durante o domingo e a segunda-feira de carnaval. De acordo com a gerente do estabelecimento, Rebeca Henrique, foram vendidos mais de 150 quilos de comida no domingo e mais 180 quilos na segunda-feira. O ritmo normal das vendas é de cerca de 100 quilos consumidos por dia. “Tivemos que estender o horário de funcionamento do bufê de comida a quilo para dar conta de atender à demanda e, mesmo assim, fomos obrigados a segurar clientes na entrada”, ressaltou.

No Santa Tereza, os comerciantes comemoraram o lucro inesperado. No Bar do Bolão, o movimento aumentou 100% em relação ao ritmo normal de vendas da casa e diante de idêntico período do ano passado. O gerente Luiz Claúdio Souza Rocha informou que além da cerveja e de água o que ajudou a aumentar os lucros foram as marmitas de tropeiro e espaguete, comercializadas a R$ 5 e R$ 6, respectivamente. “Foi muito melhor que o ano passado e esperamos superar os números no próximo ano”, afirmou.

"Tivemos que baixar o preço do latão de cerveja de R$ 5 para R$ 4 , para concorrer com eles (os ambulantes" - Nelita Chaves, funcionária de lanchonete (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Surpresa Na Savassi e no Centro, mesmo com alta de 30% no faturamento, comerciantes reclamaram do grande número de ambulantes. Segundo Nelita Chaves, funcionária da Lanche Certo, instalada na Praça da Estação, os ambulantes prejudicaram as vendas. “Vendemos bem, mas havia ambulantes que ficavam na nossa porta. Tivemos que baixar o preço do latão da cerveja de R$ 5 para R$ 4 para concorrer com eles”, lamentou. “Espero que no próximo ano, a prefeitura fiscalize mais a ação dos ambulantes e haja menos concorrência”,diz.

O proprietário do restaurante Go Pasta, na Savassi, Max Ladeira, conta ter registrado aumento entre 30% e 40% no faturamento, a despeito da concorrência com os ambulantes que ocupavam a calçada próxima ao estabelecimento. No ano passado, a empresa não funcionou durante o carnaval. “Sem os ambulantes, teríamos vendido muito mais”, afirma Max. Segundo ele, os vendedores informais não respeitavam a distância de 50 metros do comércio, estabelecida pela Prefeitura de BH.

Oferta de leitos acirrou disputa


Nos hotéis, a expectativa é de que o carnaval dos próximos anos mantenha a mesma energia que os foliões demonstraram em 2015, reunindo potenciais consumidores de diversas cidades de Minas Gerais e de outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Segundo a presidente da ABIH-MG, Patrícia Coutinho, a taxa média de ocupação (30%) abaixo da registrada no ano passado, de quase o dobro, refletiu o aumento da oferta de leitos na capital. O preço médio da diária, neste ano, de R$ 190, também ficou abaixo do valor praticado em 2014, de R$ 230. São mais de 30 novos hotéis na cidade e mais de cinco mil novos apartamentos. “Apesar de termos recebido mais turistas, a oferta é muito maior. Esperamos crescer nos próximos anos”, afirmou.

Superando as expectativas, a rede Royal Hotéis registrou uma taxa de ocupação acima de 60% durante os quatro dias de folia. De acordo com o superintendente da rede, André Bekerman, a maioria dos turistas veio à capital com o intuito de se deslocar para o carnaval nas cidades históricas, a exemplo de Ouro Preto, mas desistiu depois de ver a programação em BH.

Em outra rede de hotéis, a Arcor, a ocupação foi de 65% na unidade da Savassi, 25% a mais do que a registrada no mesmo período do ano passado. Nas unidades hoteleiras da rede em outras áreas da cidade, a taxa foi de 30% a 40%, 15% acima daquela do mesmo período de 2014 . “Na Savassi conseguimos superar nossas expectativas, mas nas outras regiões, registramos apenas 50% do que era esperado. Foi um bom resultado se pensarmos que existem muitos novos hotéis na cidade e esperamos uma ocupação ainda melhor no carnaval do ano que vem”, ressaltou Danielle Duarte, funcionária do departamento comercial da rede Bristol. (FM)


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