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Estado de Minas INDÚSTRIA SIDERÚRGICA

Usiminas se apoia em dólar mais alto

Empresa busca retomar mercado na disputa com concorrentes estrangeiros e manterá estratégia de redução dos custos em 2015


postado em 21/02/2015 07:00 / atualizado em 21/02/2015 07:41

Com as indefinições que rondam a economia brasileira em 2015, a Usiminas se prepara para mais um ano de estratégia focada na redução de custos internos, em investimentos destinados a melhorias operacionais e na venda do excedente de energia de geração própria, que ajudou a companhia a lucrar R$ 208 milhões em 2014, embora agora convivendo com preços mais baixos do insumo. No cenário nebuloso em que a indústria siderúrgica terminou 2014 – o setor estima queda de 13% do consumo de aço no mercado interno de outubro a novembro –, a companhia mineira espera também ganhar mercado na concorrência com o aço importado, que tende a ficar mais caro, diante da valorização do dólar frente ao real.

As atenções continuarão voltadas para o mercado brasileiro, sem que a empresa perca oportunidades de se beneficiar do câmbio favorável nas exportações, afirmou, ontem, o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza. “O que a gente busca é ter os diferenciais de produtos com conteúdo tecnológico, da assistência técnica e do suporte oferecidos aos clientes, inclusive no desenvolvimento de soluções de que eles necessitarem”, afirmou. Na avaliação do executivo, nomeado no ano passado para ocupar o cargo até que os sócios em conflito judicial, Nippon Steel e Ternium, escolham a nova diretoria, é isso que explica a queda inferior das vendas da empresa mineira no mercado brasileiro, de 5,5% no quarto trimestre, frente ao período de julho a setembro, em relação à média nacional.

O desafio da Usiminas se dá com a perspectiva de nova queda de consumo de aço no mercado doméstico. No consolidado do ano passado, as vendas tiveram queda de 11% no comparativo com 2013, passando de 6,2 milhões para 5,5 milhões de toneladas, menor patamar desde 2009. Nas exportações, no entanto, a tendência é de ganhos. Em 2014, os embarques da siderúrgica ao exterior representaram 17% do volume total de vendas, enquanto em 2013 haviam sido de 13%. Além disso, os dois fatores devem resultar em queda da importação de aço. Projeções feitas pela companhia indicam que, neste ano, a penetração dos importados deve ficar entre 10% e 15%, ao passo em que no ano anterior fechou em 22%.

Em 2014, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa mineira foi de R$ 1,86 bilhão. A venda de energia excedente respondeu por R$ 379 milhões, representando 20,3% do total. O mesmo cenário dificilmente irá se repetir neste ano, segundo o presidente da Usiminas. Isso porque o teto fixado para o preço da energia negociada no mercado à vista está em R$ 388 por megawatt em vez dos R$ 822 anteriores, o que limita os ganhos da companhia.

“Se ocorrer, vai ser de forma marginal. Em 2014, tivemos a venda de energia por causa do preço. Com a energia nesses preços atuais, não é atrativo”, afirma Rômel. Mesmo com o cenário pouco favorável, as cotações das ações preferenciais da Usiminas (USIM5) encerram o pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com a maior alta de ontem. Os papéis tiveram valorização de 7,69%. Por outro lado, as ordinárias tiveram queda de 3,07%.

A política de redução de custos, sem comprometer o desempenho operacional, permanece em 2015. O desembolso no ano passado com as despesas gerais e administrativas da Usiminas somou R$ 502 milhões, ante R$ 568 milhões em 2013. De acordo com o presidente da companhia, em valores corrigidos pela inflação nos últimos quatro anos, a redução do gasto alcançou cerca de 20%.


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