A direção da fábrica da Volkswagen em Taubaté, no interior de São Paulo, concedeu férias coletivas de 20 dias a 250 funcionários a partir de hoje. Além das férias, a empresa suspendeu, por tempo indeterminado, a produção no terceiro turno na unidade. De acordo com informações da montadora, o objetivo é ajustar a produção à demanda de mercado.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, as férias coletivas já estavam negociadas entre o sindicato e a montadora. A extinção do terceiro turno também havia sido acordada, já que a produção da montadora caiu 1,3 mil unidades por dia para 850.
Conforme o sindicato, o acordo mantém os direitos dos trabalhadores e a garantia de que não haverá demissões. Também ficou acertado o direito ao reajuste salarial de 8%, fechado em 2012, com validade até 2016. A montadora poderá colocar mais 150 funcionários em férias.
Em São Bernardo do Campo, a Ford colocou 424 funcionários em banco de horas por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a medida ocorreu por causa da redução na produção, que passou de 17 caminhões/hora para 14 e de 55 carros/hora para 44.
A medida será mantida até que a produção retorne à normalidade. Representantes do sindicato acrescentaram que acompanham o procedimento, considerado normal e já acertado como ação para momentos como o atual. Por meio de nota, a Ford informou que a medida foi implantada para adequação do volume de produção à realidade do mercado,
Na General Motors (GM), em São José dos Campos, a greve continua. A paralisação começou sexta-feira, em protesto contra a demissão de 800 funcionários na planta local. Os trabalhadores permanecem dentro da fábrica, mas sem produzir. Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, são menos 300 veículos montados por dia. A GM tem 5, 2 mil trabalhadores na fábrica de São José dos Campos e produz os veículos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissões e CKD.
O sindicato e a GM reúnem-se hoje, às 15h30, no Tribunal Regional do Trabalho 15ª Região (TRT), em Campinas, para uma audiência de conciliação. Na última reunião, a GM propôs a abertura de um novo lay-off (redução temporária no período de trabalho) por dois meses para 798 trabalhadores.
Após esse período, todos seriam demitidos. Com a greve, a montadora fica legalmente impedida de fazer as demissões. “O sindicato concorda com a realização do lay-off, desde que haja garantia de estabilidade para todos os trabalhadores, ou seja, desde que não ocorra nenhuma demissão. Como a GM se recusa a conceder a estabilidade, chegou-se ao impasse”, ressalta a nota do sindicato.
“Não há qualquer hipótese de aceitarmos demissões na fábrica. Desde sexta-feira, o sndicato colocou-se à disposição da empresa para continuar negociando, mas, até agora, a GM não se manifestou. A única saída para garantir o emprego é a greve”, concluiu o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros.