Os funcionários da fábrica da Fiat em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, ainda não vão retornar ao trabalho na noite desta terça-feira. De acordo com a montadora, os trabalhadores do terceiro turno da produção não foram convocados para voltar as atividades às 23 horas, pois a Fiat não conseguiu reunir todo o volume de componentes necessários para retomar a produção, devido a paralisação dos caminhoneiros desde segunda-feira.
A Fiat dispensou também os operários do primeiro turno da produção desta quarta, e de acordo com a assessoria, a montadora italiana vai observar a paralisação da categoria durante a manhã de quarta, para avaliar a possível volta dos funcionários na parte da tarde.
Procurada pelo em.com.br, a assessoria da Fiat informou ainda que a fábrica perdeu um dia de produção, devido a manifestação dos caminhoneiros nas rodovias mineiras. A empresa também liberou os funcionários do turno da tarde e noite da última segunda, quando a paralisação se intensificou.
Entenda a manifestação
Nesta terça-feira, caminhoneiros mantêm a interdição em pelo menos oito trechos de BRs mineiras. O protesto se estende por mais de 48 horas e impede a passagem de veículos de carga. Somente carros menores e ônibus têm a circulação liberada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os pontos de interdição estão na BR-381, em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Oliveira e Perdões, na BR-262, em Juatuba, na Grande BH, e Realeza, distrito de Manhuaçu, Zona da Mata, na BR- 040, em Nova Lima e Congonhas, Região Central, além da BR-116, também em Manhuaçu. Há interdição ainda na MG-050, entre Itaúna e Divinópolis, no Centro-Oeste. Além de Minas Gerais, seis estados enfrentam protestos: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, com bloqueios em rodovias, nesta terça-feira.
Em sete estados do país, caminhoneiros cruzaram os braços, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com ações na Justiça Federal com o intuito de suspender os bloqueios nas estradas. A AGU, além de pedir a adoção de medidas necessárias para garantir o direito de ir e vir das pessoas, liberando as pistas para livre circulação, solicitou ainda a fixação de multa de R$ 100 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar o tráfego.
Os trabalhadores reclamam que o preço dos combustíveis aumentou e o dos fretes permanece inalterado. Os motoristas profissionais ainda reivindicam queda no valor dos pedágios, melhores condições nas rodovias do país e tributação diferenciada no transporte de cargas.