As ações da Petrobras caem forte nesta quarta-feira após a agência de classificação de risco Moody's rebaixar a nota da estatal da Baa3 para Ba2 na noite de ontem. Com isso, a estatal perde o grau de investimento e passa para o grau especulativo, indicando que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação mais arriscada. Significa ainda que a agência já não considera a estatal uma boa pagadora de seus débitos, o que complica ainda mais a situação da companhia, que é a petroleira mais endividada do mundo. Sem o grau de investimento, o acesso a novos financiamentos fica mais difícil e a empresa pode ter de pagar juros maiores do que os que conseguia até agora. Hoje, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, evitou comentar sobre a perda do grau de investimento da Petrobras. "Assuntos da Petrobras, a Petrobras comenta", limitou-se a dizer.
Por volta das 11h40, os papéis preferenciais tinham queda de quase 8% e de cerca de 7,5% nas ordinárias. O recuo puxa a baixa da Bovespa, que contabilizava perdas de 0,99%, a 51.358 pontos. Ontem, a Petrobras orientou o avanço da bolsa durante toda a sessão, apesar do forte enfraquecimento do petróleo. A ação preferencial da estatal fechou em alta de 3,9%.
Das três maiores agências de classificacão de risco, a Moody's é a primeira a rebaixar a classificação da Petrobras. As outras duas são a Fitch e a Standard & Poor's. A classificação de risco, ou rating da tradução em inglês, é a nota dada por instituições especializadas em análise de crédito, chamadas agências classificadoras de risco. Essas agências avaliam a capacidade e a disposição do emissor de um título em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida. O rating é um indicador relevante para os investidores, uma vez que fornece opinião a respeito do risco de crédito da dívida do país analisado.
Dólar A moeda norte-americana também é influenciada pelo rebaixamento da Petrobras. Por volta das 11h40, a moeda era vendida a R$ 2,867, em alta de 1,17%. Na véspera, a moeda terminou o dia em queda, depois de cinco avanços seguidos. A divisa dos Estados Unidos caiu 1,59% frente ao real, negociada a R$ 2,8334 na venda. Na véspera, superou R$ 2,90 pela primeira vez em mais de dez anos na máxima da sessão. (Com Agências)