O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje que o rebaixamento da nota da Petrobras, pela agência de classificação de risco Moody's, é um alerta, mas já era esperado. Ressaltou, contudo, que não é uma notícia boa, e "acho que não é só o problema das denúncias de corrupção que levaram a Petrobras a ter esse rebaixamento".
Segundo Cunha, um dos principais fatores para o rebaixamento é a falta da apresentação, pela empresa, de resultados financeiros auditados. "Você não consegue manter o grau de investimento em uma empresa que sequer conseguiu apresentar seu balanço [de 2014] auditado até agora", disparou. A empresa anunciou, no último dia 13, que publicará o balanço até final de maio.
Foi a terceira vez, ontem, em quatro meses, que a Moody's rebaixou a nota da Petrobras, agora de Baa3 para Ba2. Com isso, a estatal perde o grau de investimento e passa para o grau especulativo, indicando que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação mais arriscada.
Das três maiores agências de classificacão de risco, a Moody's é a primeira a rebaixar a classificação da Petrobras para grau especulativo. A Fitch rebaixou os ratings da dívida da Petrobras em moeda estrangeira no último dia 3, de "BBB" para "BBB-", mantendo-a no derradeiro grau de investimento, em perspectiva negativa; e a Standard & Poor's também mantém o grau de investimento.
Para o presidente da Câmara, o rebaixamento serve como alerta grave. Segundo ele, "a sociedade vai acabar pagando um custo maior por causa da necessidade que a Petrobras tem de captar dinheiro para investir".