A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado, 28, que, quando houver energia elétrica sobrando no Uruguai, o Brasil vai adquirir esse excedente. "Quando tiver sobrando energia no Uruguai, nós iremos comprá-la", disse a presidente, ao participar da inauguração do Parque Eólico Artilleros, em Tarariras, no Uruguai, ao lado de Pepe Mujica, que neste domingo transmite o comando do país a Tabaré Vázquez. Dilma acompanhará a posse do novo presidente uruguaio, neste domingo.
"Teremos energia que ao longo do período será mais barata", disse a presidente. Ela lembrou que atualmente falta energia em uma parte do Brasil e sobra no Uruguai, problema que será superado com a nova interligação. "É possível integração com os dois lados ganhando e se respeitando", disse.
A presidente disse que, na América Latina, "nos condenaram à separação". "Exigiram que o sistema elétrico brasileiro fosse de 60 ciclos e o do Uruguai, de 50 ciclos. Com isso, estávamos proibidos de intercambiar uma das maiores riquezas que temos, que é a riqueza energética. Segundo ela, essa característica foi um dos "resquícios coloniais para nos separar". Agora, para a presidente, a interligação representa "um marco na ruptura com o passado colonial" e trará mais segurança energética para os dois países e eletricidade mais barata.
Dilma elogiou o presidente uruguaio, Pepe Mujica. "Mujica é pessoa comprometida com interesses do Uruguai e de demais países da América Latina", afirmou a presidente brasileira.
Dilma destacou também que as relações do Brasil com Uruguai vão continuar com chegada de Vásquez à presidência. "É possível maior aproximação entre países por meio de ações comuns", disse. Um exemplo de ação comum é o novo canal de interligação entre as redes de energia brasileira e uruguaia, a ser inaugurada em breve.