As constantes altas no preço da gasolina pressionaram a inflação oficial do país, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro subiu 1,22%, resultado próximo ao de 1,24% de janeiro. Com o resultado, a taxa acumulada no ano foi de 2,48%, e o resultado em 12 meses ficou em 7,7%. É o segundo mês consecutivo em que o IPCA fica acima do teto da meta de tolerância do governo, de 6,5%. Em janeiro, a taxa em 12 meses estava em 7,14%., acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,50%. É a maior alta do IPCA em 12 meses desde maio de 2005, quando ficou em 8,05%. Em fevereiro de 2014, o IPCA foi de 0,69%. O IPCA é o índice oficial de inflação utilizado pelo governo e serve de referência para o plano de metas fixado pelo Banco Central.
De acordo com o IBGE, os preços da gasolina subiram 8,42% em fevereiro, fazendo do item o principal destaque da inflação medida pelo IPCA. A elevação refletiu o aumento nas alíquotas do PIS/COFINS, que entraram em vigor em 1º de fevereiro. Como resultado, a gasolina foi responsável por 25,41% da taxa de inflação no mês, uma contribuição de 0,31 ponto porcentual para a variação de 1,22% registrada pelo índice.
Também sob influência do aumento nas alíquotas do PIS/CONFINS, o óleo diesel teve alta de 5,32%. Já o etanol ficou 7,19% mais caro. Os gastos com transporte cresceram 2,20%, maior impacto de grupo no mês, o equivalente a 0,41 ponto porcentual. Além dos combustíveis (7,95%), as famílias tiveram de gastar mais com trem (3,10%), automóvel novo (2,88%), ônibus urbano (2,73%), metrô (2,67%), ônibus intermunicipal (1,68%), táxi (1,21%) e conserto de automóvel (1,20%).
Conforme reportagem do Estado de Minas desta sexta-feira, depois de dois reajustes consecutivos neste ano, o preço médio dos combustíveis voltará a sofrer variação em Minas Gerais. Com a nova tributação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que entra em vigência dia 18, a perspectiva é de que o litro médio da gasolina fique R$ 0,07 mais caro, em média, na refinaria – mesmo com o acréscimo de 2% de etanol na mistura (de 25% para 27%) nos carros flex. Ao mesmo tempo, o etanol hidratado, usado diretamente no tanque dos veículos, pode sofrer redução de até R$ 0,27 graças à nova alíquota, dando maior competitividade ao combustível derivado da cana-de-açúcar produzido em 38 usinas do interior do estado.