São Paulo, 09 - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou, nesta segunda-feira, 9, que o governo federal deve anunciar "muito em breve" novas políticas de incentivo à energia solar. Entre elas estaria a realização de novos leilões para garantir a contratação de energia de projetos solares e, consequentemente, para viabilizar a construção desses novos parques.
A medida, de acordo com o ministro, aumentará a diversificação do sistema gerador nacional, uma das medidas consideradas prioritárias pelo governo federal para aumentar a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro.
Braga participa nesta segunda-feira, 9, manhã do 11º Congresso Brasileiro da Construção, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Na abertura de sua apresentação, ele destacou as diferenças entre o momento atual e aquele visto em 2001, ano em que o Brasil passou por um apagão.
"Com menos água, nosso risco atual equivale a menos da metade do risco de 2001, considerado aí o número 5% que é considerado o risco estrutural do sistema", disse Braga. O risco de um racionamento na região Sudeste/Centro-Oeste atualmente é de apenas 1,1% acima do risco estrutural - está em 6,1%. Esse número cairia para apenas 1,2% se o governo atingir a meta de reduzir em 5% o consumo de energia em 2015, conforme revelado por Braga na semana passada.
No caso do Nordeste, outra região que enfrenta dificuldades por falta de chuvas, o risco cairia a zero ainda no mesmo cenário previsto de retração de 5% no consumo. Para atingir essa meta, o governo federal e a associação das distribuidoras de energia iniciaram neste mês uma campanha de conscientização para o consumo racional de energia.
Braga também destacou a realização de obras de transmissão e geração. "O projeto de Belo Monte, por exemplo, traz uma matriz energética da Amazônia, que é uma energia mais barata e limpa", disse Braga.
A expansão da capacidade instalada deve vir acompanhada de um movimento de diversificação, com a construção de novas térmicas, usinas a biomassa e projetos solares, além do estímulo à geração distribuída. O Brasil possui, neste momento, um total de 542 projetos em andamento, os quais possuem capacidade instalada conjunta de 39.292 MW de capacidade.