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Estado de Minas

Inadimplência afeta 53,6 milhões de brasileiros, mostra pesquisa do SPC Brasil

Análise técnica do SPC Brasil ressalta também que os consumidores estão comprando menos bens caros, como automóveis, produtos da linha branca, móveis, eletrodomésticos e materiais de construção


postado em 10/03/2015 16:13

O número de inadimplentes cresceu 2,33% em fevereiro de 2015, comparado ao mesmo período de 2014. Apesar do aumento, o índice caiu em relação aos 3,12% de inadimplentes registrados em janeiro. Em termos absolutos, diminuiu o número daqueles que alegam não poder pagar as dívidas em dia. De 54,6 milhões de pessoas em janeiro, o número recuou para 53,6 milhões em fevereiro, informou hoje o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC – Brasil).

Os economistas do órgão explicam que a redução do indicador em relação ao primeiro mês do ano não tem relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas em atraso. Para eles, a queda se justifica na "piora do nível de emprego e na redução do poder de compra dos salários, por causa da inflação", segundo a economista Marcela Kawauti.

"Os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a ser mais rigorosos e criteriosos na hora de conceder financiamentos e empréstimos, o que implica em menor oferta de crédito na praça. Como consequência, a inadimplência vem recuando mês a mês", disse Marcela.


Análise técnica do SPC Brasil ressalta também que os consumidores estão comprando menos bens caros, como automóveis, produtos da linha branca, móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, esses são, "justamente, os bens mais dependentes de financiamento".

Diante desse recuo, Honório avalia que a situação do varejo, em 2015, pode não ser das melhores. Ele argumenta que o varejo depende de datas para que apresentem lucros significativos, como o Natal e a Páscoa, e acredita que a solução é apostar no comércio de alimentos para tentar minimizar a situação.

"Estamos apostando no varejo de alimentos para a época da Páscoa. Mesmo nesse varejo não estamos tão otimistas, exatamente pelo consumidor ter diminuído a intenção de compra. Se ele desacelerou a compra de automóvel, obviamente fará o mesmo com outros itens de consumo. Certamente, menos um pouco na área de alimentação, mas ainda impacta também [o varejo]", acrescentou.

De acordo com o segmento que mais concentra crescimento no número de pendências não pagas é o setor de comunicação, que envolve telefonia fixa e móvel, TV a cabo e internet, que tiveram alta anual de 8,48%. A segunda maior variação é no setor de água e luz, com aumento de 6,67% ao ano. O setor que mais detém participação nas dívidas é o setor bancário, credor de 47,51% do passivo registrado em fevereiro.

Por faixa etária, os idosos continuam sendo os mais dispostos a fazer dívidas. Eles apresentaram a maior variação na taxa de devedores em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, são os jovens (de 18 a 24 anos de idade) que menos fazem esse tipo de compra, com variação negativa de 9,33% na taxa de inadimplência anual. O grupo dos adultos (de 30 a 39 anos de idade) é o que tem participação mais alta, de 29,09%, no total de inadimplências.


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