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Estado de Minas

Octavio de Barros estima superávit de 0,7% do PIB em 2015, abaixo da meta


postado em 12/03/2015 15:13 / atualizado em 12/03/2015 17:49

O economista-chefe e diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, disse nesta quinta-feira, que acredita no cumprimento da meta cheia de superávit primário de 1,2% do PIB. No entanto, segundo ele, caso haja dificuldades por conta da arrecadação tributária, o mercado não reagiria mal se o primário chegasse a 0,7% ou a 0,8% do PIB em 2015.

O diretor do Bradesco falou durante o seminário "Os 100 dias do Novo Governo", realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), em São Paulo. O economista ressaltou que o que importa é a mudança atitudinal em relação ao fiscal e não a meta em si em um determinado ano. "Cravar em um ano a meta de primário não traz nenhuma garantia de que isso possa se repetir nos anos seguintes e, por isso, mais importante seria a criação de regras intertemporais e a consolidação fiscal fechando brechas que foram reabertas", disse.

Barros defendeu também a regra de um teto para o crescimento do gasto discricionário do governo como proporção do crescimento do PIB nominal. "O ideal seria sobre o gasto total, mas isso é muito difícil em função da rigidez do gasto público no Brasil", afirmou o economista. Com relação ao déficit em conta corrente, o economista do Bradesco disse que ele deverá ser reduzido em US$ 30 bilhões neste ano. O Departamento Econômico do banco prevê um déficit externo de US$ 65,5 bilhões, ante o resultado negativo de US$ 91,2 bilhões registrado em 2014.

O Departamento Econômico do Bradesco projeta também para este ano uma queda de 8% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Segundo Barros, o problema maior do Brasil hoje é corporativo, é a parte micro. "A parte macro está endereçada", disse. Para Barros, o ministro Joaquim Levy e o secretário-executivo da Fazenda, Tarcísio Godoy, grandes conhecedores do setor público, "estão gostando do trabalho e vão até o fim". Para o PIB, o Bradesco prevê uma queda de 1,5% neste ano e uma taxa de inflação de 8%.

Sobre o atual momento político que se volta contra a presidente Dilma, o diretor do Bradesco ressalvou que "não se pode confundir baixa popularidade com legitimidade". Barros lembrou que em 1999 o governo FHC chegou a ter avaliação de ótimo e bom de 9% da população. O economista entende que os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) são competentes e vão conseguir recolocar a economia a trajetória do crescimento.


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