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Estado de Minas

Desemprego aumenta e confirma previsões de estagnação


postado em 13/03/2015 06:00 / atualizado em 13/03/2015 07:18

Brasília – O mercado de trabalho brasileiro começou 2015 confirmando as previsões de estagnação. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão sinais de que o arrefecimento esperado chegou. Com a economia sem crescer, a previsão de analistas é que as demissões superem as admissões, aumentando a população desocupada nos próximos meses.

No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego ficou em 6,8%, acima do registrado no mesmo período de 2014 – quando chegou a 6,4% – e do indicador referente ao trimestre anterior, de 6,6%. Após um vaivém em relação à metodologia adotada, a Pnad Contínua — mais abrangente e nacional — passa agora a ser realizada mensalmente pelo IBGE, em substituição ao modelo anual e à Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

O cenário de inflação e juros altos levará, naturalmente, o mercado a criar menos oportunidades. Em janeiro, por exemplo, o Brasil fechou mais de 80 mil vagas formais, o pior resultado para o mês desde 2009. As projeções para fevereiro são ainda mais desanimadoras para os trabalhadores. “Caiu porque o número de postos de trabalho foi inferior à capacidade de pessoas com idade ativa para trabalhar”, explicou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A Pnad Contínua tende a mostrar um retrato mais fiel do mercado de trabalho brasileiro. O resultado de ontem mostra um ambiente de desemprego muito mais claro do que o captado em janeiro pela PME, que leva em conta apenas seis regiões metropolitanas do país: na leitura que deve ser substituída, a taxa de desocupação estava em 5,3%, 1,5 ponto percentual abaixo dos 6,8% observados no trimestre finalizado no primeiro mês de 2015 em todo o país.

A população desocupada aumentou para 6,8 milhões, de acordo com a Pnad Contínua. Na comparação com janeiro de 2014, houve um salto de 1,3 milhão de pessoas sem trabalhar, uma variação de 2,08%. Em maio, o IBGE divulgará uma edição mais completa da pesquisa, mas com os dados de ontem, adiantou o técnico do instituto Cimar Azeredo, já foi possível perceber um aumento substancial do número de pessoas procurando trabalho no Brasil.

Apesar da conjuntura ruim, a Pnad Contínua detectou um leve aumento do poder de compra real dos trabalhadores. O rendimento médio, divulgado pela primeira vez nessa pesquisa, ficou em R$ 1.795,53 no trimestre encerrado em janeiro, representando uma alta de 1% na comparação com os R$ 1.777,66 do trimestre concluído em outubro de 2014. O IBGE ainda não tem esses dados por atividade.


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