O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse nesta quarta-feira, que a Operação Lava-Jato influenciou no resultado negativo do emprego em fevereiro, com fechamento de 2.415 vagas. "Certamente, nesse primeiro momento, a Lava-Jato influenciou em redução de emprego", avaliou o ministro. Para Dias o impacto é registrado no Brasil inteiro, não só no Estado do Rio de Janeiro. Ele lembrou que muitas empresas terceirizadas já tiveram problemas e ressaltou a situação envolvendo a Petrobras. "A própria Petrobras, que tinha uma previsão de investimentos de R$ 50 bilhões, prevê uma redução de 20%", disse.
Para ele, os problemas são claramente percebidos na construção civil. O setor fechou 25 mil vagas em fevereiro. "Tem influência, na medida em que serão repactuados esses contratos", disse. O ministro espera que o quadro melhore com o avançar das investigações e a assinatura de acordos de leniência com as empresas envolvidas.
Estabilidade
Dias também avaliou que o resultado do Caged de fevereiro não foi excepcional, mas reverte uma expectativa negativa, quando comparado ao resultado de janeiro, que teve menos 81 mil vagas. "A perda de novos postos, em torno de 2 mil, demonstra estabilidade", avaliou o ministro. Segundo ele, um dos fatores que provocaram o resultado é o arrocho fiscal promovido pelo governo, mas os setores vão reagir positivamente às medidas. Ele ressaltou que não haverá cortes de programas de distribuição de renda.
O ministro informou ainda que espera uma melhoria nos dados da construção civil, que fechou 25 mil vagas em fevereiro, na medida em que começarem novos contratos. Segundo ele, o MTE, através do FGTS, tem um orçamento de R$ 65 bilhões em 2015, que serão aplicados na construção de casas para a população de baixa renda. "Nesses primeiros dois meses de 2015, já foram contratados R$ 8,7 bilhões para a construção de 99 mil unidades para essa população. Isso representa a geração de emprego, de 285 mil novos postos", afirmou.