O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu em março deste ano, pelo segundo mês consecutivo, o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010, ao registrar queda de 6,1% em relação a fevereiro último e de 11,9% em relação a março de 2014. O indicador fechou março em 110,6 pontos e permanece ainda acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível ainda favorável.
As informações sobre o ICF foram divulgadas hoje, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Seis dos sete quesitos pesquisados estão nos menores valores (emprego atual, renda atual, compra a prazo, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis).
O único item que não atingiu a mínima histórica refere-se à perspectiva profissional. Mas, segundo a CNC, esse item também apresentou recuo de 3,7% em relação ao mês anterior e de 6,3% em relação a março do ano passado.
Para a economista da CNC Juliana Serapio, o cenário verificado em fevereiro é semelhante ao dos últimos meses do ano passado, principalmente dezembro. “O cenário é o mesmo de dezembro do ano passado: inflação e juros em alta e baixa oferta de emprego, o que torna o consumidor mais cauteloso”.
Serapio acredita que a tendência é que o quadro venha a se agravar. “Os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados [Caged], do Ministério do Trabalho vêm mostrando redução do emprego formal, principalmente no setor do comércio, o que mais gera emprego. Isso torna as pessoas cada vez mais inseguras”, disse.