A decisão da Standard & Poor's (S&P) de manter o rating do Brasil em BBB-, com perspectiva estável, deve afetar de forma indireta a avaliação das outras agências de classificação de risco, avaliou nesta segunda-feira, o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Segundo ele, a ação da S&P reforça a expectativa das demais agências de esperar os resultados das medidas de ajuste fiscal do governo para mexer na nota soberana do país.
O economista afirma que, justamente por já terem essa expectativa de esperar as mudanças para alterar o rating do país, o anúncio da S&P não surpreendeu tanto. "Esperávamos que, se fosse ter alguma mudança na nota, seria lá para o segundo semestre, caso o plano de ajuste que está em curso não surtisse nenhum efeito ou um efeito muito modesto", disse.
De acordo com Agostini, o mercado já precifica essa posição das agências de esperar o efeito das medidas de ajuste, "com preocupação em relação à gestão". Para o economista, a manutenção do rating foi um crédito da S&P ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pelo bom histórico dele, e não ao governo. "O mercado ainda não precifica um downgrade", acrescentou.
A Austin Rating tem avaliação da nota soberana do Brasil igual à da S&P: BBB-, com perspectiva estável, sendo que a nota foi divulgada em 31 de outubro do ano passado. Segundo Agostini, a próxima revisão deverá ser "lá para junho", "após termos uma noção mais clara sobre onde a situação fiscal vai estar" por meio dos números divulgados.