Brasília, 24 - Os leilões de transmissão de energia devem ficar mais atrativos para os investidores a partir de agora. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a elevação da taxa interna do retorno (WACC) dos atuais 5,5% ao ano para um patamar entre 7,63% a 7,86% ao ano. Em alguns casos específicos, a taxa poderá ser maior. Essa mudança terá como consequência um aumento médio de 32% a 36% nas receitas médias dos investidores nas próximas licitações.
Nos últimos dois anos, diversos lotes de transmissão oferecidos em leilões realizados pela Aneel não receberam nenhuma proposta. Ao mesmo tempo, o deságio em relação ao preço-teto dos investimentos caiu significativamente. "A Aneel tem feito uma forte interlocução com o mercado para trazer e internalizar na metodologia aquilo que tem afugentado os investidores", afirmou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
Para aumentar o interesse dos investidores na área de transmissão, a Aneel elevou a remuneração dos investidores durante a construção dos empreendimentos, período em que os riscos são maiores. Para o período de operação das linhas, a remuneração será mantida.
Para o financiamento dos projetos, a Aneel considerou que o custo do capital de terceiros será de 9,57% ao ano. A taxa inclui a de juros de longo prazo (TJLP), atualmente em 5,5% ao ano, a remuneração do BNDES, de 1,2%, e um risco de 2,87%. A taxa real, descontando a inflação, será de 3,76%.
Rufino disse que a Aneel tem feito um esforço para melhorar a qualidade dos editais e dos contratos de concessão dos investimentos. Além disso, a agência vai estabelecer prazos realistas para a construção dos empreendimentos.
"A Aneel incorporou na metodologia um prazo para vencer questões ambientais, indígenas e fundiárias", afirmou. "Podem ser prazos mais longos, mas são os prazos que efetivamente ocorrem. A expectativa é que consigamos resultados melhores nos leilões."