(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cemig pretende manter capacidade de geração por meio de acordo com a União

Depois de registrar alta de 1,1% no lucro líquido em 2014, companhia entra na briga pela manutenção de concessões


postado em 28/03/2015 06:00 / atualizado em 28/03/2015 08:24

Um dos principais entraves da nova gestão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a manutenção das concessões das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda, importantes para que a concessionária mantenha sua capacidade de geração e ainda para alavancagem de novos investimentos junto ao setor financeiro, pode ser resolvida por meio de acordo com a União. O novo presidente da companhia, Mauro Borges, afirmou que a negociação com o governo federal está em pleno curso e que a contrapartida da empresa mineira seria assumir a concessão de 18 pequenas usinas devolvidas ao governo federal no último ano. A informação do executivo ocorreu durante apresentação dos resultados referentes ao ano passado. Em 2014, a Cemig alcançou lucro líquido de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 1,1% frente a 2013.

Juntas, as usinas de Jaguara São Simão e Miranda geram perto de 2.500 megawatts de energia e têm potencial para crescer. São Simão, por exemplo, pode gerar 500 megawatts a mais, alcançando 2.000 megawatts, e Jaguara pode expandir a geração em 200 megawatts, chegando a 600mw. As três unidades juntas somam um ativo estimado em US$ 12 bilhões. “A concessão dessas 18 usinas teria um efeito neutro. É uma contrapartida que a Cemig tem total capacidade para assumir ao menor custo para a União. É de interesse do governo que essa energia esteja disponível para a sociedade”, disse Borges.

Especialista no setor, Eduardo Nery, diretor da Energy Choice, consultoria especializada em energia e desenvolvimento sustentável, classificou a proposta apresentada pela companhia como um “excelente negócio”, mas com ressalvas. “É um bom negócio para a concessionária e seu principal acionista, o governo de Minas Gerais, desde que o contrato implique a renovação ou permanência da concessão por pelo menos mais 20 anos.” Mantendo as três usinas e ainda as outras 18 de pequeno porte, a empresa mineira ganharia musculatura incorporando ao seu patrimônio 21 novas unidades. “Isso é muito relevante para a alavancagem de investimentos. Os ativos são geradores de receita vinculante e com isso é possível expandir os aportes com taxas mais baixas de juros. Já o contrário implicaria uma redução dessa capacidade”, avalia o especialista.

NO BOLSO Impactaram na receita em 2014 o déficit de geração hídrica e o acionamento das terméletricas, que elevaram o custo da energia. Nesse sentido foi estabelecido no ano passado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a política da bandeira tarifária. Além de o consumidor pagar mais caro, devido as condições climáticas, ele deve preparar o bolso, para o reajuste anual que está no forno. Sem revelar detalhes, Mauro Borges confirmou que a Cemig já enviou à Aneel o pleito para reajuste das tarifas de energia elétrica em 2015. A agência deve informar os percentuais em 7 de abril. Diante da crise hídrica, Mauro Borges descartou racionamento de energia em 2015, mas o diretor de relações institucionais e comunicação da companhia, Luiz Fernando Rolla acredita que o ano vai ser de bandeira vermelha para o consumidor, de janeiro a dezembro. Ontem mesmo, a Aneel confirmou a manutenção da bandeira vermelha para todos os consumidores durante o mês de abril. Isso implica em um acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos em todos os estados, exceto Amazonas, Amapá e Roraima.

Conforme já havia informado o Estado de Minas, Mauro Borges afirmou que a Gasmig, não será privatizada. A Cemig busca um forma contratual societária para a área de fornecimento do gás, mas a Gasmig distribuidora segue como estatal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)