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Estado de Minas

Crise automotiva afeta vários estados

Tombo nas fábricas de Minas Gerais foi de 10,6% em fevereiro, ante mesmo mês de 2014, puxado pelo freio nas montadoras


postado em 08/04/2015 06:00 / atualizado em 08/04/2015 07:37

Carretas cegonheiras vazias refletem queda da demanda por automóveis, que em Minas levou a baixa de 45,2% (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Carretas cegonheiras vazias refletem queda da demanda por automóveis, que em Minas levou a baixa de 45,2% (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

O freio imposto ao setor automotivo, que vive uma das piores crises da sua história, com paralisações nas fábricas e demissões em toda a cadeia da atividade, pesa sobre o resultado da produção de toda a indústria. Em Minas Gerais, o indicador tem apresentado quedas mensais e em fevereiro recuou
1,9% frente a janeiro, de acordo com dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 15 meses, foram nove resultados negativos no estado, e, na comparação com fevereiro de 2014, o tombo foi de 10, 6%, a 11ª taxa negativa nesse tipo de comparação e a mais intensa desde agosto de 2009. Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas não veem sinais de recuperação, pelo menos, para os próximos meses.

Os números do IBGE vão na mesma direção dos indicadores de fevereiro pesquisados pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), também divulgados ontem. Embora as fábricas mineiras tenham registrado saldo positivo no emprego, a situação pode não se sustentar. A geração de postos de trabalho na indústria diminuiu 0,57% ante janeiro, em dados dessazonalizados, e 3,47% na comparação com fevereiro de 2014. Quando considerado o primeiro bimestre do ano, houve uma diminuição de 2,69% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na avaliação do presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Fiemg, Lincoln Gonçalves Fernandes, a tendência é de cortes de postos de trabalho, principalmente com a eventual implantação da lei da terceirização. A massa salarial (soma dos salários pagos pelo setor), ainda de acordo com a Fiemg, caiu 14,55% no primeiro bimestre ante janeiro e fevereiro de 2014.

Os dados do IBGE analisados para Minas acompanham o comportamento da produção industrial no Brasil, que, segundo o instituto, diminuiu 0,9% em fevereiro, ante janeiro. Das 14 localidades pesquisadas no país, seis amargaram resultados negativos. Dentre os estados, aquele que teve a menor variação em fevereiro foi o Rio de Janeiro, onde a queda alcançou 7,1%; a Bahia com recuo de 6,4%, e Pernambuco (2,3%).

Minas ficou no quarto lugar no ranking nacional, com a influência da retração de 1,9% na produção de veículos automotores. Na comparação com fevereiro de 2014, a queda chegou a 45,2%. “É assustador, mas é preciso levar em consideração que, em fevereiro de 2014, o setor automotivo teve uma expansão de 32,6%”, destaca a analista do IBGE em Minas, Juliana Dias Alves. Ela diz que, com a retração na economia brasileira, muitas empresas deixaram de investir. “Uma empresa que comprava caminhão e diminuiu sua produção deixou também de investir em veículos.”, exemplfica.

O economista Paulo Casaca, da Fiemg, da mesma forma, vê o desaquecimento da produção mineira com preocupação. “Pode parecer algo pontual, mas a situação que a indústria tem enfrentado é preocupante. No índice acumulado de 12 meses o recuo foi de 4,6%”, ressalta. Ele destaca que os segmentos de alimentos e bebidas, por exemplo, também apresentaram queda. As projeções da instituição de queda de 1,74% da produção mineira neste ano deverão ser revistas com os novos dados do IBGE. A expectativa dos analistas de bancos e corretoras, revelada no boletim Focus do Banco Central, é de recuo de 2,64% em 2015. “Minas, que vem acompanhando os índices brasileiros, deve também chegar próximo a esse percentual”, diz Casaca.

Os reflexos da baixa da produção já são vistos no emprego industrial. Há desaceleração com certa frequência na criação de vagas no setor, com base nos indicadores da Fiemg. “As industrias geraram quase 80% a menos de emprego. Em 2014, foram 5,6 mil vagas, sendo que no ano anterior foram 26 mil”, compara o economista da Fiemg. (Com agências)


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