São Paulo, 09 - A presidente Dilma Rousseff enfrenta diversos desafios em seu segundo mandato, como um recorde de baixa popularidade, um Congresso fragmentado e em confronto com o governo e há possibilidade de o ambiente político se deteriorar ainda mais, avalia a agência de classificação de risco Fitch, no relatório em que revisou a perspectiva do rating BBB do Brasil de estável para negativa.
"As contínuas investigações da Petrobras têm potencial para contaminar ainda mais o ambiente político interno. Como tal, o governo pode enfrentar desafios em progredir a sua agenda legislativa, o que é importante para fazer face às suas metas fiscais e restaurar a confiança", escreveram os analistas da Fitch.
A agência ponderou, no entanto, que a nota BBB do Brasil está mantida por fatores como a diversidade econômica do País, a forte capacidade de enfrentar choques externos e um sistema bancário adequadamente capitalizado para apoiar o seu perfil de crédito. "Além disso, a composição da dívida do governo tem melhorado nos últimos anos, reduzindo riscos no câmbio e nos juros", escreveram os analistas.
A Fitch disse também que, apesar do ambiente político e econômico desafiador, o país está entrando em um processo de ajustamento econômico, que, caso se efetive, irá melhorar "a consistência e a credibilidade política".
A agência destacou ainda que assumiu como premissa que o país dará forte apoio à Petrobras. Seu cenário base não considera uma aceleração na dívida da companhia no exterior neste ano, embora o risco de isso ocorrer, ressalta a agência, possa aumentar caso o balanço de 2014 auditado não seja publicado em tempo hábil. Além disso, a Fitch acrescenta que não considera em suas projeções para 2015 e 2016 um possível racionamento de energia elétrica.