O representante da Fitch Rating no debate "Opportunities and Challenges for Brazil 2015", Rafael Guedes, disse nesta terça-feira, que não é nada ambiciosa a ação de entrega de uma inflação de 4,5% em termos mundiais. O evento é organizado pela EMTA Spring Forum e HSBC Brasil e conta também com as participações dos ex-diretores do BC Afonso Bevilaqua e Luís Fernando Figueiredo.
Para Figueiredo, o problema é que o mercado passou quatro anos perseguindo uma meta de inflação próxima do teto da meta porque o BC também estava perseguindo uma meta bem superior ao centro da meta. "Agora, é preciso que a o centro da meta seja realmente entregue e repetido por algum tempo para o mercado passar a acreditar que não se trata de apenas mais uma promessa", disse o ex-diretor do BC.
Para Bevilaqua, parece que a partir do ano que vem a inflação vai mesmo convergir para o centro da meta. "Hoje o presidente do BC (Alexandre Tombini) reforçou o compromisso com uma inflação no centro da meta", destacou Bevilaqua, se referindo à participação de Tombini em evento do Itaú BBA.
"O Brasil tem um problema em entregar as coisas", disse Guedes. Ele acrescentou ainda a dificuldade do Brasil de elevar de 17% na proporção do PIB a sua capacidade de investimentos para ao redor de 24% do PIB. "Um país que tem investimentos de 16%, 17% do PIB não quer crescer. O Brasil precisa crescer acima de 2%, o que já seria modesto para uma economia emergente. É preciso investimento em equipamentos e tecnologia para crescer pelo menos 3%", disse Guedes.